Dia 9 é o dia dele

5 set • NotasNenhum comentário em Dia 9 é o dia dele

Começou humilde, sem sofisticações e firulas. Depois foi ficando famoso e cheio de adereços. Cobrava pouco, mas, à medida que foi se sofisticando, deixou de ser para os pobres.

Algumas vezes, ele pode parecer um terrorista de tanto que o encheram de misturas insanas. Falo do cachorro-quente.

Na minha vida, conheci o mais simples e imbatível cachorro-quente do Rosário, uma carrocinha na frente do Colégio Rosário dos anos 1960. Pão de 50 gramas, pão d’água conhecido pelos gaúchos como cacetinho, molho simples, salsicha boa, mostarda (ou não) e deu.

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Com o decorrer do tempo, foram incrementando com maionese, molhos diferentes, milho, ervilha, queijo ralado e mais algumas misturebas. O pão mudou para pão doce. Quem quiser comer esse ser estranho que coma, ainda fico com o modelo mais simples.

Um dos sobreviventes é a Confeitaria Princesa, na subida da Rua da Praia, mas o pão é massa doce. Pena.

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Ao lado do sanduíche Farroupilha, cacetinho, manteiga presunto, queijo, o nosso aniversariante forma a dupla do lanche perfeito.

Os felizardos

Tenho por mim que o sujeito que tem mais certezas que dúvidas será um eterno ignorante. Não sabe o que se passa nem sabe ou se pergunta para onde irá.

De certa forma, é um sujeito feliz. Como os animais, não fica se perguntando de onde viemos e para onde vamos. Eis outro mistério: por que temos consciência?

O falta aqui sobra acolá

Com os recentes temporais, as bergamotas e laranjas caem do pé e saem machucadas, o que inviabiliza ou impede  comercialização. Na França, os produtores de maçã sofrem o mesmo problema, mesmo com tempo bom. O que fizeram os espertinhos?

Deixaram crescer a grama, que funciona como amortecedor na queda dos frutos. Ficam incólumes. Isso há centenas de anos. Cabeça não é só pra separar os ombros.

Americanos gaúchos

Pouca gente tem conhecimento, menos na região do Vale do Caí, que houve uma corrente migratória francesa no Rio Grande do Sul além de outros estados. Temos o município de Brochier, colonizado no século XIX, pelos irmãos com este sobrenome.

Nas imediações da minha terra natal, São Vendelino, havia as Linhas Francesa Alta e Linha Francesa Baixa. Além das conhecidas, também tivemos colonizações belgas, austríacas, parte na minha terra natal, e até americanas, em Nova Petrópolis, fato desconhecido até na região.

A história é interessante. Quando terminou a Guerra Civil dos Estados Unidos, em 1965, alguns sulistas derrotados trataram de buscar novos países para viver. Uma leva de 101 pessoas, não famílias, indivíduos, foi dar com os costados no Vale do Paranhana.

Como não eram da lavoura e sem auxílio do governo brasileiro, foram desaparecendo ou migrando para outras plagas. Vez por outra, ainda se encontram sobrenomes norte-americanos, cujos descendentes nem sabem, talvez, da origem.

Uma doutora em História da UFRGS levantou esse assunto na década de 1990, creio. Infelizmente não localizei o nome dela.

As roseiras e os figos

Parreirais da Serra Gaúcha costumam ter roseiras e figueiras no entorno. É uma tradição antiga que os chilenos praticam e aqui foi adotada. Estas plantas são as primeiras a ter pragas que atacam as parreiras, então podem  fazer ações preventivas.

Por isso as figadas e geleias de figo são comuns na Serra. Só que alguns nem sabem o motivo. Faz o teste.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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