Deus e o diabo na Terra do Sol
Eu não consigo entender como alguns jornais impressos permitem a ditadura da forma sobre o conteúdo. Por exemplo, eu e muita gente conseguimos ler a ZH com muita dificuldade. Fontes pequenas e desmaiadas, um cinza claro, quase inelegíveis. O que faz o leitor comum? Para de ler. E olha que boa parte de quem tem mais de 50 anos tem algum problema de visão.
Tudo para economizar papel e tinta. Azar do leitor.
A culpa é dos editores, chefias, secretários de redação e editor-chefe. Dono de jornal gosta mais de admirar o conjunto da obra, tipo admirar a moldura sem se ater nos detalhes do quadro. Não leem com olhos de ler todos eles.
Já reclamei, já falei com colunistas amigos de ZH, alguns concordam e “vão ver”. Não vão. Então quando se fala da diminuição do número de leitores parte da queda está neste pormenor.
O essencial…
… é invisível aos olhos, já disse Saint Exupery. A direção do jornal deveria ter isso em mente. Se Deus está nos detalhes, o diabo também está.
Leveza de paquiderme
Certa vez, reclamei do mesmo problema para o Caderno Destemperados, e eles não só responderam como aumentaram as fontes. Sabem por quê? Porque é terceirizado. Elefantes são lerdos.
Esse conselho é grátis. De nada.
Eu só queria entender
Cretinices
Eu sou um colecionador de cretinices. Oficiais, principalmente. Não que goste, mas por dever de ofício. É uma maldição que vem dos tempos em que a humanidade evoluiu do macaco alfa para a chefia da aldeia. Na realidade, muitas chefias dizem besteiras ou tomam decisões bestas insufladas por assessores. Tirando os poucos que realmente são bons, o resto foi invenção do Foguista Lá de Baixo. Se não criação, pelo menos frequentaram um curso de aperfeiçoamento bancado pelo demo.
Quando leio ou ouço os mais realistas que o rei defenderem a chefia e esgrimindo argumentos sem pé nem cabeça, tenho a impressão que alguns deles têm um orgasmo. Múltiplo. Um a cada menção do nome do líder. É curioso esse suicídio de pessoas públicas. Em vez de se cercar por pessoas qualificadas, dão preferência aos puxa-sacos. Dá no que dá. Esta é uma das tantas estupefações que também tenho colecionado ao longo da minha carreira.
O pensador espanhol Jose Ortega Y Gasset disse uma frase que ficou famosa, o homem é o homem e suas circunstâncias. No caso, as circunstâncias são os assessores, que, não raro, deixam o homem público de calças arriadas. O que é uma circunstância muito embaraçosa, para dizer o mínimo.
De segunda
Até tu, Mercosul