Desenvolvimento
O Brasil está em 79º lugar no Índice de Desenvolvimento, berram as manchetes. Mesmo quando crescíamos bem, mas efemeramente, não éramos grande coisa e de nada adianta estar em 50º ou perto dele. Mas seria melhor, dirão. E daí? O mundo é dos Top Ten, então não me venham de borzeguins ao leito. E lá nunca chegaremos.
Ah, mas estamos melhores que o Burundi, o Chade, a Venezuela e não sei quantos mais países atrasados. Grande bosta. Lembra uma história de um amigo dileto meu, o Gabriel, de 1978, por aí. Ele sumiu dos bares que frequentávamos. Depois de uma pequena investigação o descobri sentado em uma mesa do lado mais escuro de uma uisqueria, a Whisky Center, na Rua Riachuelo, solitário e deprimido de dar dó.
Olhei de perto e vi que escondia a boca com a mão. Olhei de novo e vi que estava sem os dentes da frente, logo ele, que tinha no sorriso e na gargalhada o seu hit. Falei pra ele que os dentistas faziam milagres, que era questão de tempo e coisa e tal. Gabriel me cortou.
– Fernando, Fernando, não me consola com teus dentes…
É o caso.