Comunicação sem comunicação

1 nov • NotasNenhum comentário em Comunicação sem comunicação

Um dos paradoxos da era da comunicação é a falta de comunicação eficiente. A mídia em geral tem sérios problemas derivados do baixo estoque cultural dos seus profissionais – falando em Brasil – derivados da redução de custos que deixou a mão de obra especializada para abrigar semiprofissionais, para usar uma palavra bondosa. É um problemão e como tal precisa ser fatiado e autopsiado com vagar.

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Por enquanto vou me ater à comunicação ou sua falta entre as empresas e clientes. Poucas têm realmente um canal que permita navegação mais profunda ou, em outras palavras, uma ferrovia com duas mãos. Por deficiência de conhecimento dos gestores, o uso de perguntas-respostas embretadas, sem contemplar variáveis, as perguntas serão falhas e as respostas mais ainda.

Resumindo, assim como muitos jornais estão contando a história como ela não é, esses questionários escritos ou por telefone mostrarão um cliente que não é o que os formuladores idealizaram. Perguntas erradas levam a respostas equivocadas.

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É incrível como as empresas não se dão conta disso. Na minha opinião, os gestores aprovam esse tipo de falsidade assim como existe a cultura de capturar o desejo que está tudo bem em vez de ouvir o que de fato melhoraria o desempenho, a real.

Conte-me o que vai de errado na minha empresa e fico eternamente grato porque você me ajudou a corrigir os erros, esse seria o sentimento correto do executivo ou dono.

O que diferencia o empresário norte-americano dos nossos, na média, é que eles detestam puxa-saco, e os nossos – incluindo governantes – os adoram. Não há vida sem eles e nem sono tranquilo, em vez de um sono inquieto que levaria a saber os reais problemas, sem confundir desejo com realidade.. 

Descer para a planície em vez de só curtir a vista da cobertura pode ser doloroso mas ao mesmo tempo é como um check up, que detecta uma doença no estágio inicial passível de cirurgia antes da metástase. Em cima da escrivaninha do diretor deveria ter uma placa com os dizeres “Eu não sei tudo”  voltados para ele.

Desde que comecei no jornalismo, há quase 55 anos, vi quebrar ou sumir pelo menos seis grandes grupos de comunicação. Em comum todos tinham uma característica, encontrável também nos grandes grupos que hoje estão no topo: a soberba..

A volta dos que nunca foram

Alguns títulos de filmes no  da Sky: Kong, a Ilha da Caveira;  Babe, o Porquinho Atrapalhado; Anaconda; A Senha: Swordfish; Tubarão; Drácula de Brahm Stoker: A Múmia; A Grande Muralha.

Faz tanto tempo que estão sendo reprisados que, no início, a caveira era uma cabeça inteira, Babe era embrião, A cobra Anaconda era uma cobrinha de 10cm, a Senha já mudou 20 vezes, Tubarão era lambari,  Drácula tinha dentes de leite, a Múmia ainda era faraó e A Grande Muralha recém estava em licitação.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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