Como tudo começou

4 out • NotasNenhum comentário em Como tudo começou

As Comissões Parlamentares de Inquérito foram criadas para entender e analisar algum típico problema que atingisse parte ou toda a sociedade. CPI nunca teve como base punir responsáveis e, sim, evitar que os erros não se repetissem, tal como as investigações de acidentes aéreos. Aos poucos, elas se desvirtuaram e acabaram como uma caça às bruxas.

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Como tudo desandou

A CPI das vacinas já começou com esse propósito. Se conseguiu esclarecer algumas questões e trouxe novidades, por outro lado, tinha o objetivo claro de buscar o impeachment do presidente Bolsonaro, não de trazer luz. Ressalvo que o governo cometeu muitos erros no trato da pandemia. Essa fúria se espalhou e os depoentes, fora os por eles escolhidos, foram massacrados numa disputa de beleza de caras e bocas dos senadores.

Raposa no galinheiro

Como numa guerra, a verdade foi a primeira vítima. Se um parlamento escolhe para presidir uma CPI alguém como o senador Renan Calheiros, alvo de 18 ações – semana passada entrou mais uma – ora estacionadas no Supremo, está ferozmente empenhado em se autodesmoralizar. E, justiça seja feita, conseguiu.

https://cnabrasil.org.br/senar

A cereja do bolo

O empresário Luciano Hang sofreu tentativa de  massacre de  parte dos membros da CPI, mas saiu-se relativamente bem. Os jornais disseram o contrário, óbvio. As televisões fizeram o que elas mais sabem fazer, editar as falas e descontextualizá-las. Mas nunca se ouviu falar que algum depoente fosse chamado de palhaço por um inquisidor antes de uma pergunta ser feita.

Na mídia, esse assunto foi tratado como um mero detalhe – quando foi – insuficiente para merecer estranheza.

O que é estranho?

Estranho é você se ligar em canais como o Food e ficar assistindo por horas o preparo de comidas deliciosas de todos os gêneros que jamais vai comer, posto que tela não se come.

O que é estranho 2

Estranho é um país só saber ser contra ou a favor do governo. É pobreza de repertório.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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