Com frio, mas sempre na moda

13 jun • NotasNenhum comentário em Com frio, mas sempre na moda

Leio na ZH que a moda dos calçados femininos para este inverno é “mood transparente. Traduzido na predileção por mix de texturas com efeito vazado, tipo meia arrastão e isso vale para todos os shapes. Do escarpim às mules, passando pelas botas, o sapato telado é a aposta do momento”.

Li, reli e captei o sentido. É para as mulheres expiar suas culpas passando um frio danado nos pés. Não encontro outra explicação para usar sapato telado em plena época de frio.

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Mais que isso, é como diz a informação, tipo meia arrastão. Valei-me Nossa  Santinha dos Pés Congelados! Tende piedade das pobres criaturas que vão usar sapato freezer. Sempre  considerei os estilistas, os caras que desenham roupas e adereços, como gente inclinada a “enfeiar” o que é belo e causar desconforto em quem precisa de conforto.

A conspiração em marcha

Minha crença que uma conspiração massiva começou quando passaram a  desenhar camisas masculinas sem bolsos. Observe que essa moda torturante se iniciou quando se fazia de tudo para não deixar objetos, cartões e celulares à vista.

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No verão, especialmente, senti-me como um ser ultrajado por estes senhores cuja vocação maior é tornar a vida de uma pessoa comum cheia de sobressaltos e inconveniências. Justo quando os amigos do alheio recrudesceram os assaltos, não temos onde botar celulares e documentos.

Saudades da Nokia

O pior é que a moda surgiu ao mesmo tempo em que os celulares começaram a ficar cada vez maiores. Fosse no tempo dos Nokinhas, que cabiam na palma da mão, eu poderia entender. Mas não agora.

Ora, direis, amigos desses torturadores da moda, no inverno podes usar os bolsos dos casacos. Negativo. A moda dos casacos e jaquetas para o frio é só um bolso interno e dois bolsos laterais com profundidade de uma poça d’água.

Criadores de bronca

Existem outros modismos que dificultam o andar e o movimento das vítimas de estilistas. No início, achei que eles viviam no Olimpo ou em algum recanto espacial tocando liras como anjinhos e batendo as asinhas em louvor a algum deus raptado dos gregos e romanos antigos. Mas depois vi que eram criadores de bronca. 

O mais engraçado – para eles – é que esses modismos custam caro. Assim que existe escala para – por exemplo – calçados tipo meia arrastão, o preço barateia, e a vila copia as roupas das madames. Entretanto, feitas de material de baixa qualidade.

O conselho do Eco

Um grego já disse que aqueles a quem os deuses querem destruir, enlouquecem primeiro. É o caso.

Há uma passagem de um livro de Umberto Eco (autor de O Nome da Rosa) em que ele diz que devemos escolher um cantinho afastado do inferno e tentar passar despercebido. É a versão italiana para o nosso suplício, que em vez de fogo, é um caldeirão cheio de cocô em que as pessoas o têm até o queixo.

O cantinho escondido é aquele em que as marolinhas são menos frequentes. O sonho de consumo dos infelizes é ninguém fazendo marolas. O que é muito difícil. Sempre tem um mau-caráter para criar ondinhas.  

Ensinando a pescar

A Unimed Porto Alegre participou do Encontro de Educadores Pescar 2023, um evento de abrangência nacional e que reuniu diversos parceiros da Fundação Projeto Pescar. O momento teve como objetivo reforçar a importância da parceria entre Projeto Pescar e Unimed Porto Alegre, além de apresentar o Programa Mentoria Social, que visa o desenvolvimento individualizado das competências pessoais e profissionais dos jovens como preparação para o mundo do trabalho. 

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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