Chafariz imunizante
De repente, começaram a jorrar vacinas contra a Covid. O otimismo é palpável, e acredita-se que o Brasil poderá vacinar toda a população até o final do ano. No Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite acredita que 70% dos gaúchos estejam imunizados em setembro. Só ontem foram confirmadas mais 2,5 milhões de vacinas para o RS.
Os rumos da produção e venda dão razão ao ministro Paulo Guedes. No auge da pandemia, alvitrou que, em determinado tempo, haveria tanta oferta de imunizantes que poderiam estar nas gôndolas dos supermercados.
Mas nem tudo são flores…
…no jardim da pandemia. Se teremos vacinas pode haver falta de pessoal da saúde para aplicá-las, ainda mais que a pirâmide etária começa a se alargar. Em torno de 70% da população brasileira está abaixo dos 40 anos, talvez menos. É um tremendo desafio logístico.
Na testa
Diz-se que, de graça, o povo aceita até injeção na testa. A aérea australiana Qantas está oferecendo tarifas mais baixas e até voos de graça para os vacinados contra a Covid. Além de útil, é agradável voar no “mól”. Mas sempre tem um maldito porém.
Uma das preocupações desta e de outras empresas mais governos é a resistência dos povos em se vacinar. Acredito que no Brasil é mais desleixo que recusa propriamente dita, mas, de qualquer forma, existe sim essa resistência.
Enquanto isso…
…a CPI da vacina já não brilha como antes na constelação da mídia. Chegamos a um ponto que faz parte da nossa cultura exigir uma novidade diária para sair do estágio mais do mesmo.
Drible na pandemia
Existe a possibilidade do PIB crescer 5% neste 2021, depois que cresceu 1,2% no primeiro trimestre. Apesar da peste, eppur se muove, no entanto se move, como disse Galileu para si mesmo quando a Inquisição o obrigou a renegar sua teoria que era a Terra que girava em torno do Sol e não o contrário, como pensava a Santa Madre.
A volta dos que não foram
Hoje temos outra Santa inquisição, que de santa não tem nada, a condenação primária de quem não reza pelo catecismo ideológico e pelo politicamente correto que está destruindo a naturalidade até de falar. Não me apedrejem. Quem disse isso na Feira do Livro de Porto Alegre foi o escritor angolano Mia Couto, o queridinho da esquerda. Pelo menos até a frase.
Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.
