Brasil SOS

19 jul • NotasNenhum comentário em Brasil SOS

Vocês já notaram que grande parte dos programas do governo são para tirar inadimplentes pessoas físicas do sufoco e alongar a dívida de pessoas jurídicas? E que, a toda hora, surgem incentivos para este ou aquele setor da economia, cujas vendas encalharam enquanto os credores não dão mole, inclusive o fisco? Faz parte do Brasil SOS, inclusive com projetos para aumentar a renda e consumo.

Vivendo de injeções

O Bolsa Família deve melhorar consideravelmente o consumo nas regiões onde a renda per capita é mais baixa que em outros estados, caso do Nordeste. Com ele, as indústrias e comércio podem dar uma respirada e sair da estagnação de vendas, que começou a ficar crítica de maio em diante.

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O Minha Casa igualmente mexe com a cadeia da construção civil, móveis e eletrodomésticos, que também vão receber oxigênio para sair da UTI.
A ideia do ministro Fernando Haddad era casar a venda de apartamentos ou casas do programa com eletrodomésticos. Mas é uma operação complexa e simplesmente não deu tempo.

Tudo bonito, mas a cada onda de consumo sucedem-se picos de inadimplência simplesmente porque o dinheiro não dá. É muito mês para pouco salário. O pior é que a classe média, ou o que dela restou, vive dificuldades também.

Alerta tributário

O que vai piorar, isto sim, é a carga tributária com a reforma tributária que desembarca no Senado, para as correções de suas excelências e posterior volta para a Câmara dos Deputados. A boa notícia é que isso leva tempo. E como ainda teremos uma transição, só em 2024 a paulada  desce com força total.           

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A má notícia é uma fala do ministro Fernando Haddad, que disse ser preciso mexer no imposto sobre a renda, eufemismo para imposto sobre o salário. Dez entre dez analistas que passaram o raio X no texto da reforma garantem que o setor de serviços vai pagar o pato, o ganso e tudo mais que tiver pena, asa e botar ovo.

O PT é igual a outros governos. Para gastar precisa cobrar mais imposto e aumentar a carga do já sofrido burro contribuinte brasileiro.

Os atrevidos, os sem noção e os maus

Porto Alegre tem o pior motorista entre as capitais brasileiras, É o que dizem turistas e não é de hoje. Ouço isso há pelo menos 20 anos quando converso com conhecidos ou jornalistas de outros estados.

Trocar de faixa sem necessidade é o mais conhecido defeito, sucedendo-se usar a buzina por motivo vil, com excesso de nervosinhos ao volante. Inclusive os famosos domingueiros, barbeiros de nascimento, e buzinadores mesmo em dias com pouco trânsito como sábados e domingos.

Paralelamente, temos pedestres indisciplinados. Somem-se a eles os nossos atrevidos motoboys. Em ruas com tráfego problemático suas excelências sobem nas calçadas para atalhar e azar de quem estiver na frente.

Fantasmas que voltam

Mais falso que uma nota de 30 dólares só o ar compungido de assaltantes que cometem latrocínio quando são entrevistados e filmados pela imprensa. E mais falso que a nota de 30 mais o ar compungido desses criminosos é a resposta “estou”, quando algum repórter que acredita em Coelhinho da Páscoa pergunta “Estás arrependido?” Estão sim – por terem sido pegos. 

Existe uma forma fugaz de estar arrependido. É quando o autor de morte estúpida é atingido e entra nas vascas da agonia. Neste momento, os fantasmas fogem do copo que os abrigou, posto que o abrigo sucumbe.

Porém – e sempre tem um – se a morte não advém e o assassino escapa com vida, os mesmos fantasmas voltam a habitar o corpo de alguém que os recebe de braços abertos. Os fantasmas que nos habitam, em grau maior ou menor de letalidade, estão para a vida como a matéria escura está para o Universo.

Lei da fila

Em meados dos anos 1970, quando eu mourejava na Folha da Manhã, o historiador Francisco Riopardense de Macedo me contou que as filas no Brasil foram criadas ou reguladas por decreto do governo Getúlio Vargas. Nunca conferi, mas deve ser verdade. Se bem que está mais para alemão que para brasileiro.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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