Bares de hotéis de Porto Alegre

16 fev • A Vida como ela foiNenhum comentário em Bares de hotéis de Porto Alegre

Porto Alegre já teve um bar chamado Van Grogh, na esteira da moda nacional dos anos 1960, que usava nomes de compositores clássicos e pintores nos bares. O Van Grogh ficava na Av. Protásio Alves, a cerca de 100 metros acima da Igreja São Sebastião.

A decoração era feita de garrafas de cerveja, casco escuro com débeis luzes no interior. O tom geral era marrom – devia ser amarelo, não é mesmo? Esclarecimento: grogue é sinônimo de ébrio, bêbado. Mas antigamente definia alguns coquetéis à base de destilados.

A moda começou no Rio de Janeiro, com o João Sebastião Bar, tirado de Johann Sebastian Bach, e foi se alastrando. Um caso invulgar foi o Brahms, o célebre compositor alemão, que deu o nome de um bar-chope na esquina da Cristóvão Colombo com a Garibaldi.

Por volta de 1970, foi vendido para o ex-prefeito de Porto Alegre, Sereno Chaise, que o rebatizou de Barcaça. Uns dois anos depois, ele comprou do português Edmundo o famoso Stylo, na mesma Garibaldi esquina com a Independência, dando-lhe o nome de Barcacinha.

Ao lado ficava o antigo Cine Vogue, que depois virou Cine Um. Hoje é nome de lancheria no mesmo local. O Vogue era um cinema de bolso, como eram chamadas as salas com poucas cadeiras, e passava filmes cult. Geralmente franceses ou brasileiros que queriam imitar filmes franceses.

Nos anos 1960 e 1970, eram muito demandados os bares de hotéis, como o do Plazinha, na rua Senhor dos Passos, o do Hotel Embaixador, rua Jerônimo Coelho, o bar do City Hotel, a José Montaury, o PH, do Pretto Hotel, na Salgado Filho. Certa feita, deu um tiroteio com um morto, e uma bala de 38 ficou anos incrustada na parede.

Para mim e muita gente, o bar de hotel mais bonito da cidade foi o Tiffany’s, do Alfred Hotel da rua Senhor dos Passos. Com decoração marrom e veludo bordô, imitava o Harry ‘s Bar de Veneza. Foi uma lástima os donos o terem fechado, nos anos 1990.    

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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