Bares de hotéis de Porto Alegre
Porto Alegre já teve um bar chamado Van Grogh, na esteira da moda nacional dos anos 1960, que usava nomes de compositores clássicos e pintores nos bares. O Van Grogh ficava na Av. Protásio Alves, a cerca de 100 metros acima da Igreja São Sebastião.
A decoração era feita de garrafas de cerveja, casco escuro com débeis luzes no interior. O tom geral era marrom – devia ser amarelo, não é mesmo? Esclarecimento: grogue é sinônimo de ébrio, bêbado. Mas antigamente definia alguns coquetéis à base de destilados.
A moda começou no Rio de Janeiro, com o João Sebastião Bar, tirado de Johann Sebastian Bach, e foi se alastrando. Um caso invulgar foi o Brahms, o célebre compositor alemão, que deu o nome de um bar-chope na esquina da Cristóvão Colombo com a Garibaldi.
Por volta de 1970, foi vendido para o ex-prefeito de Porto Alegre, Sereno Chaise, que o rebatizou de Barcaça. Uns dois anos depois, ele comprou do português Edmundo o famoso Stylo, na mesma Garibaldi esquina com a Independência, dando-lhe o nome de Barcacinha.
Ao lado ficava o antigo Cine Vogue, que depois virou Cine Um. Hoje é nome de lancheria no mesmo local. O Vogue era um cinema de bolso, como eram chamadas as salas com poucas cadeiras, e passava filmes cult. Geralmente franceses ou brasileiros que queriam imitar filmes franceses.
Nos anos 1960 e 1970, eram muito demandados os bares de hotéis, como o do Plazinha, na rua Senhor dos Passos, o do Hotel Embaixador, rua Jerônimo Coelho, o bar do City Hotel, a José Montaury, o PH, do Pretto Hotel, na Salgado Filho. Certa feita, deu um tiroteio com um morto, e uma bala de 38 ficou anos incrustada na parede.
Para mim e muita gente, o bar de hotel mais bonito da cidade foi o Tiffany’s, do Alfred Hotel da rua Senhor dos Passos. Com decoração marrom e veludo bordô, imitava o Harry ‘s Bar de Veneza. Foi uma lástima os donos o terem fechado, nos anos 1990.