Atolados e atoleiros
Sob o título de Manifesto do Empreendedor Gaúcho, o presidente da Federasul, Rodrigo Sousa Costa, reuniu colunistas para detalhar desafios e saídas para o Rio Grande do Sul. É um desafio e tanto.
Planos anteriores que envolveram os três Poderes, como o Pacto pelo Rio Grande, de uma década atrás, tiveram pouco resultado prático. Há gargalos históricos e outros que se desenvolveram mais recentemente.
O problema maior é que o documento conclama a sociedade gaúcha para se juntar ao esforço empresarial, como aliás aconteceu no Pacto pelo Rio Grande, quando o presidente da Assembleia era Luiz Fernando Záchia, autor da proposta. Com todo o respeito, como se move esse peso-pesado de nome “sociedade”?
Foi citado o caso específico da não-taxação de produtos importados de até 50 dólares, que antes pagavam 60% de imposto. Ponha-se no lugar do consumidor.
Ele quer é preço e ante o argumento que a indústria e o comércio perdem empregos com a mola chinesa ou de outros países está além do horizonte dessa grossa camada da população, mesmo que o emprego dela esteja a perigo.
O abraço da sucuri
Em raros momentos essa sociedade pegou junto. Além de pautas políticas, posso citar o dia do Plano Real, em que a URV mudou para a nova moeda. Em um dia, em todos os recantos do país, lá estavam as novas moedas e cédulas. Um prodígio de logística.
Mas em causas abstratas, embora signifique perigo real e imediato, essa sociedade só age quando é convenientemente envolvida como quando uma sucuri abraça a presa.