As novas ilhas do Guaíba

22 nov • NotasNenhum comentário em As novas ilhas do Guaíba

“Nunca mais Porto Alegre terá uma enchente como a de 1941”, diziam os defensores da derrubada do Muro da Mauá em 1974. Como dizia Albert Einstein, o Universo pode ter fronteiras, mas a estupidez humana ainda não tem limites. O homem é presunçoso que só vendo.

O vaso como destino

A reação dos leitores quando se aborda algo relacionado a políticos, mesmo de forma paralela, é incrível. A nota sobre o Dia do Vaso Sanitário levou vários leitores a sugerir políticos dentro dele, bem embaixo.

Não é por aí. Mesmo sabendo que os políticos estão mais por baixo que barriga de cobra, não enxergam o problema como algo a ser encarado de frente.

A história ensina que instituições em crise de credibilidade não se movem. No máximo, lamentam e adeus tia Chica. Teríamos que ter lideranças, líderes partidários e uma ação do Congresso pessoal e coletiva.

Qual o quê. Boa parte deles só pensam em cargos e boquinhas. Os que são dignos, não têm força para criar uma massa crítica.

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Há quem diga que sempre foi assim e que tudo vai continuar como está. Sei não.

Primeiro que nunca foi tão escandaloso o degringolamento da classe (não deveria ser definida assim porque não é força econômica, mas vá lá), vendendo-se para postos em que o “ponto” seja bom ou signifique poder e dinheiro. Os partidos, maioria deles, não ficam atrás.

Os de esquerda nasceram puros e hoje estão sujos como pau de galinheiro. De certa forma, não existe direita nem esquerda, são todos do PB, Partido da Boquinha.

https://cnabrasil.org.br/senar

Ah não é? Então me digam porque o Brasil tem DOIS fundos eleitorais que distribuem bilhões para as siglas. Um, o Fundo Partidário, distribui dinheiro a rodo para os amigos do rei para suas campanhas e outras que não se sabe, sob fiscalização teórica do Tribunal de Contas da União e TSE. Ocorre que alguns amigos são mais amigos que os outros.

Armarcord

Eu me lembro, na contração da frase italiana do filme de mesmo nome de Frederico Fellini, dos que diziam – nos idos de 1974 – que Porto Alegre nunca mais veria uma enchente como a de 1941. Por isso, não viam necessidade do Muro da Mauá, inaugurado havia um ano e pouco. Depois disso já tivemos duas enchentes que o tornaram indispensável.

Quanta dor, centenas ou milhares de pessoas afetadas nas ilhas do Guaíba, milhões no Estado. Pequenos e grandes agricultores atingidos, lavouras de subsistência apenas para não morrer de fome, tudo foi água abaixo literalmente. Muito triste tudo isso.

O governo deveria fazer um amplo pacote financeiro para socorrer o Rio Grande do Sul envolvendo Caixa e Banco do  Brasil mais o BNDES. Mas, para tanto, o Brasil teria que ter um estadista, e não o temos

Nem mesmo o pacote de abril para o Vale do Taquari chegou na sua totalidade. Queriam o quê?

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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