As estátuas e os rios

8 dez • NotasNenhum comentário em As estátuas e os rios

estátuas foto de fernando albrecht

Dispostas nos aprazíveis jardins da Hidráulica Moinhos de Vento, estas  estátuas representam os afluentes do Guaíba. Originalmente estavam na Praça Dom Sebastião, em frente ao Colégio Rosário. Mas foram prudentemente transferidas para a hidráulica antes que fossem roubadas ou quebradas. Que terra triste!

 Perigo à primeira vista

Mas não pela segunda. O Estado de São Paulo lidera os pedidos de importação de maconha medicinal, com 37,5% do total. Muitos leitores brasileiros leem títulos ou manchetes até “maconha”. Somos artistas em descontextualizar os fatos. Às vezes, de propósito.

https://www.banrisul.com.br/bob/link/bobw03hn_conteudo_detalhe2.aspx?secao_id=3824&campo=26820&secao_principal=21646969&utm_source=fernando_albrecht&utm_medium=blog&utm_campaign=fampe&utm_content=escala_600x90px

A dura vida dos canetinhas

Em anos anteriores, parte dos jornalistas tinha que ter dois empregos para sobreviver. O jornalismo nunca pagou bem, especialmente no Rio Grande do Sul. Como no futebol, apenas 3% a 5% ganham o que se imagina que todos ganhem dentro das quatro linhas e dedilhando o computador. São raros os jornalistas que podiam e podem hoje dizer “agora estou ganhando bem”, especialmente hoje.

https://cnabrasil.org.br/senar

Por isso que os ganhadores de um ou dois milhões nas loterias da Caixa são capa de jornal, descritos como “milionários”. Imagina.

Menos mês, mais salário

Lamento desencorajar os canetinhas – expressão que definia repórter antes do computador – que sonham com a glória financeira futura. Alguns certamente se darão muito bem, outros malimeni, como se diz na fronteira. Mas o grosso vai lutar para que o mês seja mais curto que o fim do salário. Certo, algumas empresas dão PPR e plano de saúde, mas a maioria terá o destino de receber uma merreca de aposentadoria do INSS. Até lá, serão peões.

O Trem Brasil

No passado, jornalista podia melhorar seus ganhos trabalhando em cargos públicos. Eram conhecidos como chapa-branca. O horário era reduzido, poucos realmente davam duro, e a maioria se aposentava aos 50, 50 e poucos anos. Como se sabe, o Trem Brasil tem duas classes, os que mourejam e se aposentam ganhando a miséria do INSS e os que se aposentam com o mesmo vencimento que recebiam na ativa.

Sob as bênçãos do doutor Getúlio

Até os anos 1960, jornalista não pagava imposto de renda e passagem de avião lhes custava a metade da tarifa. Era um despautério, benesse do doutor Getúlio Vargas. Mas o salário era uma bosta igual. Desse tempo veio a lenda verdadeira que jornalista bebia e comia de graça.

Companheiros de viagem

Para não falar só no chapa-branquismo jornalístico, empresários de grosso calibre também são dessa espécie. Lula e Dilma que o digam. Armínio Fraga, ex-presidente do BC, disse esta semana que estas elites chapa-branca são responsáveis pelo Brasil de hoje.

Doutor Armínio, se me permite uma contribuição: e nem batem ponto.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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