As bolachas de beber

23 mar • A Vida como ela foiNenhum comentário em As bolachas de beber

 Nos tempos em que Porto Alegre estava cheia de bar-chopes, casas que eram do ramo de comes & bebes, não raro, mais bebes que comes, o negócio era aliar chope com pratos que cada bar oferecia como peça de resistência. Hoje seriam chamados de bistrôs.

A cada pedida da loira em copo de 300ml, o garçom trazia uma bolacha correspondente. Se o sujeito fosse bom de copo, notava-se pilha de 7, 8 ou mais bolachas.

Era a identificação dos “gambás”, esses marsupiais que, na versão humana, bebem álcool. Aquilo incomodava, embora parte dos borrachos profissionais gostasse de ostentar.

Ocorria, como hoje, que muito borracho mau caráter escondia ou rasgava uma ou mais bolachas para diminuir a conta. Eu já tinha ouvido falar.

Mas, quando fui à Alemanha, comprovei que lá as cervejarias não amontoavam esses comprovantes de despesa de papelão. Só vinha a ́ primeira e, nas subsequentes, o garçom fazia uma marca indelével com lápis especial, impossível de apagar.

Paga e não bufa. Só duas ou três décadas depois, os donos de bares descobriram o sistema e passaram a adotá-lo, como se observa hoje. Então que não se diga que os teutos não são criativos.

https://www.brde.com.br/

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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