A volta do tabufa

19 abr • A Vida como ela foiNenhum comentário em A volta do tabufa

Voltou a moda de colecionar figurinha. Não sei se voltou também a “bater” figurinha dos meus tempos de piá.

Eu nunca tive lá muito saco para completar os álbuns. Até porque era público e notório que apenas alguns poucos felizardos chegavam lá. Mas um me encantou.

Foi minha estreia na cidade grande, a coleção de figurinhas das balas Ruth. Se não me falha a memória, duas eram difíceis, a casa de madeira, outra acho que era o peixe elétrico.

Nunca tive mãos largas, portanto em matéria de bater figurinhas eu era ruim. Lembro um cara que ganhava sempre. Era o maior da turma, o mais gordo, com mãos que eram do tamanho de uma tábua de pinho de serraria.

Esqueci o nome dele, mas não vem ao caso. Quando ele baixava aquela mãozona em concha sobre a figurinha da bala Ruth vinha a lajota da calçada junto mesmo que estivesse cimentada. Esse movimento era chamado de tabufa, que consistia em virar a figurinha, virar o jogo.

O assunto me veio à mente por causa das últimas ofensivas do governo federal para dizer que tudo está sob controle, que a economia nunca esteve tão bem e que os sucessivos escândalos são tudo mentira da mídia ou da oposição. Eu acho que o governo está querendo fazer tabufa. Só que não tem mão para isso.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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