A vocação pela marcha a ré

30 nov • NotasNenhum comentário em A vocação pela marcha a ré

Desde sempre o Brasil é um país que nunca se livrou das capitanias hereditárias. Do compadrio, da nomeação de amigos para altos cargos, de manipulação de dados por quem deveria zelar por eles, de legislativos falhos e omissos. Povo ingênuo em algumas coisas e esperto demais em outras. Da demagogia populista e absoluto desdém pelo equilíbrio das contas públicas.

O que estamos vendo é o Brasil de sempre. Oremos, mas tá difícil. Êta país que gosta de dar marcha a ré.

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Se não, vejamos. Nosso amado Brasil deu certo ou começou a dar certo com Dom Pedro II. Chegamos a ser o terceiro a ter maior número de ferrovias.

Um golpe de Estado o derrubou e militares assumiram o poder. Com o correr das décadas o sistema ferroviário começou a ser abandonado. Processo que se iniciou em 1958 quando o governo Juscelino Kubitschek inventou o rodoviarismo… sem rodovias. Quadro que só fez piorar. Os trilhos foram para o espaço.

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Já tivemos o terceiro melhor Correio do Mundo entre os anos 1960 e 1980. Mas, no primeiro governo Lula e, logo em seguida, no governo Dilma, entregaram a estatal para o MDB mineiro. Viramos o pior do mundo. Hoje, estamos mailimeni, como se diz na Fronteira Oeste.

Nossa educação, que foi razoável, mas insuficiente até os anos 1960, tornou-se uma caricatura. Temos milhões com canudos e dezenas de milhões de analfabetos funcionais, vejam os extremos.

Temos ilhas de excelência, é verdade, mas não cobrem o prejuízo. A demagogia e o populismo deram um salto. Os governos estaduais fazem das tripas coração para pagar… a folha do funcionalismo. As migalhas que sobram são disputadas a tapa.

Faz sentido uma carga tributário do tamanho da nossa só para pagar o funcionalismo, que, por sua vez, tem a maior parte de gente que trabalha e outra parte que viaja na primeira classe?

É o sistema mais injusto do mundo. E o salário, ó…                          

O Rio de Janeiro afundou

Trechos do artigo do advogado Leonardo Watermann, do escritório Watermann Sociedade de Advogados, sobre as milícias e crime organizado do Rio de Janeiro.

Infelizmente já é hora de admitir: perdemos o controle no Rio de Janeiro! Vale lembrar que a milícia nasceu de uma ideia “privada” de combate ao tráfico de drogas em locais que a Polícia Militar não conseguia acessar em razão da resistência das comunidades. Mas, diante da sedução do lucro desmesurado, em pouco tempo, essa estrutura miliciana perdeu seu objetivo e passou competir com as facções. O crime sempre é lucrativo.

Então, a milícia, de salvadora de algumas regiões, passou a ser o algoz nesses locais, cobrando altos valores da população para garantir uma “pseudo” segurança. Em seguida, vieram os controles do abastecimento de gás nesses locais, pedágios para circulação de veículos, controle de vans, de disponibilização de sinais de TV a cabo, dentre tantos outros serviços.

O absurdo é de tal monta, que há até mesmo exigência de pagamento para autorizar obras da Defensoria Pública do Estado nessas regiões comandadas pela milícia, que se tornou – e digo isso com tranquilidade – tão letal como as facções criminosas.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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