A selva dos debates políticos

13 jan • NotasNenhum comentário em A selva dos debates políticos

O cara fala mal, imagina ele em um debate. É o que mais se ouve para analisar as chances de um candidato, como se isso fosse fator principal  de derrota.

É claro que um oponente tarimbado pode embretar o oponente, mas falar mal não necessariamente significa responder mal. Quanto aos que não sabem se expressar bem em português não quer dizer que não consigam transmitir sinceridade. Este, sim, um fator de sucesso ou fracasso.

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Já foi pior antes da internet e do smartphone. Antes, praticavam à frente do espelho. Hoje os partidos fazem testes para a necessária correção do falar. Nem assim muitos candidatos deixam de suas manias, quando é ao vivo e a cores, em ambiente não-amigável cercado de hostilidades.

Todos os anos e décadas de televisão e rádio me mostraram algo que ataca entrevistados, a visão do microfone em estúdio de rádio e a luzinha da câmera na TV. Parte entra em pânico porque o que ele ouve não é como estar na frente do televisor.  Olhem para a câmera, advertem os marqueteiros. Mas quem disse que olhar para a lente é necessariamente obrigatório?

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Uma coisa é na hora do candidato se apresentar, outra é o decorrer do debate. Olhar para a câmera conversando com outra pessoa deixa o telespectador desconfortável.

Observação: cuide sua linguagem corporal. Ela não só fala, grita.

Um exemplo: quando você está em roda de bar ou de cafezinho fica olhando para o cara atrás do  balcão enquanto fala com os outros? Claro que não.

O telespectador é o cara atrás do balcão. Mas não. Até políticos veteranos quando entrevistados ficam olhando a câmera como se o entrevistador não existisse. Desde que ele não esteja fora de quadro, olhe para ele, com exceção do início e do fim.

Político precisa fazer muita força para não parecer uma nota de 30 reais. Se o vocabulário for escasso, mas a cabeça tenha ideias, não force a barra tentado usar frases bonitinhas previamente decoradas. Aí você se transforma em uma nota de 40 reais. É falsidade ideológica.

Risco de vitória

Se você for ruim de fala, não tiver nada na cabeça e o pouco que tiver é DNA de corrupto, você tem boas chance de se eleger.

Inesquecível

Agora sei porque aquele programa da Globosat se chama Restaurantes Inesquecíveis. Passa tantas vezes o mesmo restaurante que não tem como esquecer.

 

 

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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