A hora do espanto

15 set • NotasNenhum comentário em A hora do espanto

A empresa americana Colosso quer recriar o mamute-lanoso, extinto há quatro mil anos. Cientistas duvidam que seja possível, mesmo com os avanços da manipulação genética, ao tempos que temem as consequências caso dê certo. Como se diz por aí, brincar de Deus é perigoso. Para os ateus, brincar de Natureza pode ser catastrófico.

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O começo com a Dolly

Todos devem lembrar da criação in vitro da ovelha Dolly. Na época se dizia a mesma coisa. De lá para cá, a engenharia genética propiciou grandes ganhos de produtividade nos alimentos. Veio a discussão sobre os transgênicos e, curiosamente, foi quem acelerou o plantio e consumo de alimentos orgânicos.

A hora da galinha

É forçoso reconhecer que, sem essas tecnologias, não haveria alimento suficiente para o consumo mundial. Mas há limites, fronteiras que nunca foram definidas e cientistas para quem os riscos devem ser minimizados. Não entro nesse time. A velha história da cautela e caldo de galinha.

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Um novo Frankenstein

Mas o perigo é muito maior. Escrito em 1815 pela escritora inglesa Mary Shelley, Frankenstein vive. Já teve até versões para o cinema, e o sonho de ressuscitar um ser humano fascina nós todos. Mas o sonho vai além de dar vida a um ser morto, é criar vida humana, seja de forma pura ou por clonagem. Cedo ou tarde, alguém vai chegar perto e até chegar lá.

Teríamos uma espécie de estepe, cada peça do corpo do João da Silva que pifar poderia ser substituído pelas do João da Silva II. Ficaria à disposição no almoxarifado, envolto em algum líquido amniótico ou coisa que o valha.

O partido que encolheu

O vice-governador do RS, Ranolfo Vieira Junior, desligou-se do PTB e aterrissou no ninho tucano. Já era esperada sua saída da sigla comandada por Roberto Jefferson, hoje mais enleado que aranha bêbada. Já foi um partido grande, disputado por governos por ser fiel a acordos firmados. Nunca traía, era o que dele se dizia.

Aos poucos, foi murchando como laranja de amostra esquecida em feira. Quando a deputada federal Ivete Vargas surripiou a sigla de Leonel Brizola, nos anos 1980, os trabalhistas criaram o PDT, outro que já teve bola mais cheia.

O choro de Brizola

A cena em que Brizola rasgou sua ficha no novo PTB aos prantos na frente das câmeras da televisão, foi uma das cenas mais impressionantes que vi em mais de meio século de jornalismo.

O dono do PDT

Como cappo do PDT, Brizola agiu como uma casuarina de praia, nada nasce ao seu pé. Perdeu quadros valiosos de reputação nacional por não admitir sombras. Brizolismo sempre foi uma religião, e como tal sobreviveu mesmo perdendo em número de votos para o candidato a presidente Enéas na eleição que elegeu Fernando Henrique Cardoso. Foi humilhante. Mas segue religião.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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