A guerra dos gerentes
Em décadas passadas, como hoje, era grande a briga para atrair grandes depositantes. Não foi diferente em uma cidade do interior gaúcho nos anos 1960.
Quando a agência local do falecido Banco da Província vestiu roupa nova e se mudou para um prédio reluzente de novo. De olho nas grandes fortunas, convidou para o faustoso coquetel de inauguração um deles que só trabalhava com o também extinto Sulbanco.
O gerente do Província, seu Maneca, caprichou nos comes e bebes. Veio até camarão gigante de Porto Alegre, imagina.
E todo o corpo funcional fazia salamaleques para o milionário, homem que vestia roupas comuns sem ostentar sua imensa fortuna. Lá pelas tantas, o milionário chegou no gerente para as despedidas.
– Seu Maneca, gostei demais dos salgadinhos e da champanha. Nunca esquecerei.
Seu Maneca achou que tinha fisgado o peixe grande.
– Mas eu sei porque o senhor me convidou, para trocar de banco. Então quero dizer que não vou depositar meu dinheiro no seu. Ficarei no Sulbanco.
Fez uma pausa.
– Em compensação, depois desta festa, deposito toda minha confiança no senhor.