A costela de Adão

22 set • NotasNenhum comentário em A costela de Adão

O avanço das mulheres é uma das tantas revoluções que, mais tarde, chamarão de fenômeno. Errado.

Fenômeno é uma consequência lógica não detectada a tempo pelo observador. Um destes “fenômenos” está se desenhando no horizonte ainda pouco visível. É algo depois da curva e, por isso, não chama a atenção.

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Acredito que, na TI, essa enchente de novas versões para aparelhos velhos (em termos), como os celulares, um dia vai bater no muro. Você compra um celular que já está obsoleto na hora em que o liga. Pense em quanto tempo o bolso dos consumidores vai aguentar comprando novidades que nem são tão novidades assim.

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Como nos anos 1970, as montadoras lançavam modelos a cada ano. Com um cromado ou mudança mínima na grade ou no para-choque para justificar o novo preço do mesmo carro velho.

Em verdade, vos digo que tenho saudade dos Nokinhas que se podia esconder na palma da mão. Tenho saudade deles, não se metiam a besta e nem tinha corretor que se mete de pato a ganso e bota palavras que você nunca pensou em digitar.

Não estarei dizendo novidade ao falar que computadores estão ficando cada vez menores e celulares, cada vez maiores. Pense no verão, como você, usando calças com bolsos mínimos e camisas sem bolsos, uma conspiração têxtil talvez urdida pelos assaltantes e receptadores.

Simplesmente não tem como. Ou é dar chance ao azar.

A volta da Capanga

No início dos anos 1970, a Mundial Artefatos de Couro lançou uma bolsinha leva-tudo chamada Capanga – que nome feliz. Levava-se na mão e ainda tinha alça de enrolar no pulso para evitar lalaus e esquecimentos.

Aliás, por isso era chamada de perde tudo. Bom, ninguém é perfeito. Pois acho que está na hora de relançar produto semelhante. Sim, sei sei que tem bolsas maiores com alça de levar pendurado no tronco. Lembra os filhos da Capanga e os lotações de Porto Alegre.

Tão logo o produto da Mundial se transformou de acessório para indispensável, começaram a surgir bolsas cada vez maiores. O ápice foi em meados daquela década, quando se tornaram bolsões enormes que levavam desde dinheiro e documentos até cuecas, aparelhos de barba, meias e uma série de artigos a fundo perdido. Com cancha, dava para levar até garrafa térmica e lancheiras.

Com os lotações aconteceu algo parecido. Começaram com Kombi comum, três portas e seis bancos. Em seguida, botaram porta logo atrás dos motoristas. A VW chegou a lançar Kombi de seis portas especialmente para lotações.

Com isso, dava para levar seis passageiros, mais o carona. Algumas tinham fileira extra de bancos, então podiam levar 10 passageiros. Eis que 10 não chegava, pelo sucesso desse tipo de transporte.

Mania de grandeza

Foi quando alguém teve a ideia de botar carroceria em chassi de F1000 ou Agrale de motor tuk-tuk de dois cilindros importado da então Alemanha Oriental. Para alguma coisa comunista servia, vejam só.

O número de assentos pulou para 12 ou 14. Ainda podia ter mais. Aí surgiu o micro-ônibus, que está aí até hoje. Não fosse a pandemia e redução de passageiros, não duvido que lançassem ônibus-lotação. Talvez até articulados.

Morte por esmagamento

Com risco de ser xingado, a preferência masculina de décadas passadas eram as mignon, mulheres com corpo esbelto e não altas. Eu as chamo de falsas magras.

O que acontece agora é preferência por mulheres-espigão com coxas da circunferência do tórax, peitos já grandes turbinados por toneladas de silicone. Se o cara for magrinho e baixinho, pode ser esmagado se ela disser “deixa eu ficar em cima”.

No atestado de óbito deveria constar, “veio a óbito por compressão de carga de alta tonelagem que escapou do guindaste”. 

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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