A bolinha do Totó
O ato de cavar comove corações e mentes. A Petrobras cava no fundo do mar, as criptomoedas mineram, a Vale do Rio Doce escava para tirar minério de ferro. Até na Região Metropolitana de Porto Alegre escavam minas de carvão, o mais funesto meio de obter energia.
Também vou cavar, para ver se ganho algum. Ambicioso como sou, meu objetivo é chegar ao Japão – ou seria a China?
Advirto que nunca jamais vou cavar minha própria cova. Essa tarefa eu terceirizo, até porque já terceirizaram esse serviço. Morrer custa muito caro. Tem a cremação, é verdade. Mas e se esse negócio que vamos ressuscitar no Juízo Final for verdade?
Na Roma antiga, até os cães entravam na roda, tanto que, nas casas, havia o aviso “cave canem”. Sim, sim, sei que significa cuidado com o cão, mas descobri um outro sentido. Para ficar mais claro o aviso, falta apenas uma vírgula: cave, canem, cave, cão.
Cachorro adora cavar, como vocês sabem. Atrás (ou no fundo) de um buraco sempre há um grande osso para os cachorros que acreditam num Deus canino, com olhar bondoso como o nosso, embora se dedique à videocassetadas cósmicas. E ri.
Já os humanos preferem osso buco. Ou não. Faz horas que não vejo osso buco em um bufê. Oh my God! Será que até esse prato foi extinto? De qualquer forma nunca fui chegado a roer osso. A bola é tua, Totó.
É proibido criticar
Chegamos a um ponto inédito na história do jornalismo brasileiro, principalmente na televisão. A autocensura impõe uma cláusula pétrea pela qual é proibido criticar ministros do Supremo, especialmente um deles.