A luz de Balzac
Contam que o escritor colombiano Gabriel Garcia Marques estava a escrever um dos seus tantos admiráveis livros quando faltou energia na cidade, o que o chateou muito. Quando a luz voltou ele ligou para o alcaide queixando-se que, sem luz, ele não podia escrever.
– O Balzac escrevia melhor que você naquele tempo e nem tinha luz elétrica – falou o prefeito.
O jeito foi levar na esportiva. Podia ser pior, o prefeito poderia ter citado como exemplo Shakespeare. Em casos assim recomenda-se prudência, porque sempre se corre o risco de aparecer um gatilho mais rápido. Já contei aqui o caso de uma velhinha que foi pagar a conta vencida de água e reclamou como podiam cobrar por algo que Deus dava de graça. O atendente atirou de volta.
– Dá, mas não dá em torneira.
Também teve o caso – recente – de um grande empresário do ramo de utensílios de cozinha que comprou uma cara caminhonete, dessas cheias de letrinhas, o alfabeto inteiro. Quando chegou em casa ligou para o vendedor, reclamando que o veículo fora entregue só com metade de gasolina no tanque.
– Olha, eu também acabei de comprar um kit completo de churrasco da sua empresa e não veio picanha de brinde.