Tabufa

19 abr • NotasNenhum comentário em Tabufa

 No tempo em que colecionar figurinha era moda, anos 1950, um dos jogos derivados era ou trocar figurinha ou “bater” figurinha. Consistia em dois ou mais jogadores colocarem os papeizinhos impressos no chão, de cabeça para baixo, então você tinha que bater nela com a palma da mão e fazer sucção para desvirá-la com um só tapa.

 Os mãos pequenas nunca tinham chance contra os caras com mãos tipo caverna. Nunca tive mãos largas, portanto, em matéria de bater figurinhas, eu era ruim. Lembro um cara que ganhava sempre. Era o maior da turma, o mais gordo, com mãos que eram do tamanho de uma jangada. Esqueci o nome dele, mas não vem ao caso. Quando ele baixava aquela mãozona em concha sobre a figurinha da bala Ruth, vinha a lajota da calçada junto mesmo que estivesse cimentada. Esse movimento era chamado de tabufa, que consistia em desvirar a figurinha, virar o jogo.

 O Brasil precisa de uma boa tabufa.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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