Quarto de espelhos

12 maio • Caso do DiaNenhum comentário em Quarto de espelhos

Em meados de 1960, uma fábrica de brinquedos dos Estados Unidos pôs no mercado uma escala quase perfeita do novos submarino da classe Polaris da Marinha norte-americana, mostrando até a posição do reator nuclear e dos dois mísseis, a um custo de US$ 2,98 para a criançada. Acionada, a CIA buscou uma forma de enganar os russo – a guerra fria estava a milhão.

A primeira saída cogitada foi enviar sinais para a KGB pensar que os americanos fabricaram o brinquedo para enganá-los. Nada disso, ponderou um agente de contra inteligência, se isso for feito a KGB vai pensar que estão tentando convencê-la de que ele é falso e vão deduzir que o submarino é verdadeiro.

Então, animou-se uma agente, o que tem que ser feito é dar a dica que ele é verdadeiro. Desse modo, os russos vão pensar que estamos tentando convencê-los de que é verdadeiro e chegarão à conclusão de que ele é falso. O primeiro agente fez não com a cabeça.

Poderia dar certo, disse, desde que a KGB não tenha um analista inteligente que diga “olhem, pessoal, a CIA está dando dicas de que o submarino é verdadeiro, o que significa que pensam que vamos achar que estão tentando nos convencer de que é verdadeiro e nós vamos presumir que ele seja falso. O que significa que o brinquedo é verdadeiro”.

O episódio é contado no livro A Companhia, de Robert Littell, um clássico. Mostra que ovelha decididamente não é para o mato.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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