Quarto de espelhos
Em meados de 1960, uma fábrica de brinquedos dos Estados Unidos pôs no mercado uma escala quase perfeita do novos submarino da classe Polaris da Marinha norte-americana, mostrando até a posição do reator nuclear e dos dois mísseis, a um custo de US$ 2,98 para a criançada. Acionada, a CIA buscou uma forma de enganar os russo – a guerra fria estava a milhão.
A primeira saída cogitada foi enviar sinais para a KGB pensar que os americanos fabricaram o brinquedo para enganá-los. Nada disso, ponderou um agente de contra inteligência, se isso for feito a KGB vai pensar que estão tentando convencê-la de que ele é falso e vão deduzir que o submarino é verdadeiro.
Então, animou-se uma agente, o que tem que ser feito é dar a dica que ele é verdadeiro. Desse modo, os russos vão pensar que estamos tentando convencê-los de que é verdadeiro e chegarão à conclusão de que ele é falso. O primeiro agente fez não com a cabeça.
Poderia dar certo, disse, desde que a KGB não tenha um analista inteligente que diga “olhem, pessoal, a CIA está dando dicas de que o submarino é verdadeiro, o que significa que pensam que vamos achar que estão tentando nos convencer de que é verdadeiro e nós vamos presumir que ele seja falso. O que significa que o brinquedo é verdadeiro”.
O episódio é contado no livro A Companhia, de Robert Littell, um clássico. Mostra que ovelha decididamente não é para o mato.
« Professor Joaquim José Felizardo O Grêmio, o Jockey Club e o Parcão »