Saudades dos pequeninos
O paraíso, irmãozinhos e irmãzinhas, o paraíso era no tempo em que bateria de celular durava quase uma semana e pelo menos três dias, se você falasse muito. O paraíso começou quando os primeiros tijolões da Motorola e da Nokia deram lugar a modelos que cabiam na palma da mão, resistiam a quedas e não tinha vidro que custa os olhos da cara e pelo menos mais uma orelha. E melhor ainda, não tinham corretor, acreditam? Eu digito “Ué” e sabe o que danado escreve? Jéssica. Não lembro de ter digitado esse nome anteriormente, então e memória do meu Samsung deve estar com Alzeihmer, porque eu não estou, pelo menos ainda não.
O Nokinha, especialmente, era meu favorito. Cabia na palma da mão, era leve, botasse no bolso não chamava atenção e não existiam ainda esses montes de vigaristas que clonam o seu aparelho ou simplesmente jogam o chip fora e o substituem por outro que pode ser comprado em qualquer canto da rua.
O paraíso, meus irmãos em desventura, deu lugar ao inferno de videozinhos e fotinhos pretensamente engraçadas ou que querem te levar para a bem-aventurança seguindo aqueles conselhos de autoajuda tipo “basta ter fé e o resto se arruma”. Pois estou devendo dinheiro, tive fé que ganharia algum presente inesperado e tudo que ganhei foram juros e correção.
Choro quando lembro dos meus vários Nokia. Que estejam no céu dos celulares é o meu voto.
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