Quem vê cara…
…não vê coração. Sobre o assunto que a máscara impede uma aproximação mais íntima, ficando apenas a curiosidade de ver o rosto atrás dela, leitor pondera que se diverte vendo mulheres da metade da idade dele fitando-o interrogativamente. Às vezes, o mistério é bom, diz ele. De fato. Não tinha me antenado.
O lado ruim é que fica nisso, não ata nem desata. No fim, fica um clima de suspiros do tipo “será que…” É bem provável que, no fim da pandemia, olhares interrogativos minguem. Aí está na mão dos artistas. Para quem é ex-atleta, fica o “foi bom enquanto durou”.
CAMPANHA CASCA DE BANANA
Há séculos digo para amigos candidatos que tomem cuidado com entrevistas para jornais. Existem assuntos em que é melhor ir de Porto Alegre para Caxias passando por Uruguaiana do que dar resposta direta. Brizola era craque nisso. Temas como cortar impostos ou aplicá-los são batatas quentíssimas.
Por mais direta que seja a resposta, candidatos NUNCA devem esquecer que o título da matéria ou chamada de capa ou título interior não contemplam o contexto. Assim, mesmo que você diga não com ressalvas, o que vai para o título é sim, na maioria das vezes. E vai explicar isso para o eleitor.
MENTIDOS & DESMENTIDOS
Faz parte da maldade inconsciente do jornalismo. Somos especialistas em jogar penas ao vento. O desmentido tende a ser pior. Até porque quem não leu o mentido vai ler o desmentido, e com desconfiança.
NUNCA DIGA NÃO
Jamais diga que não será candidato à reeleição, jamais prometa peremptoriamente que vai baixar os impostos. Porque o dinheiro das prefeituras está mais curto do que coice de porco, e daqui para frente só vai piorar. Antes de prometer alguma coisa, peça uma audiência com O Senhor Caixa. Ele não mente, a não ser que você caia na conversinha de quem o opera.
NUNCA DIGA EU NÃO SABIA
A história está cheia de eleitos que assim dizem depois de empossados. É passar atestado de otário. No mínimo, é um chorão, como o marido ser o último a saber da traição da mulher.
DE PAI PARA FILHO
Claro que estamos falando do pós- eleição. Portanto convém não expor mais que o necessário a história da herança maldita que recebeu do antecessor. Convoque uma coletiva algum tempo depois de esquentar a cadeira e fale dos podres que recebeu, e deu. Que não esqueça o eleito que ele está aí para resolver os pepinos, não para chorá-los.