O sequestro do trijato

20 jan • A Vida como ela foiNenhum comentário em O sequestro do trijato

Um dos mais enigmáticos sequestros de avião de que se tem notícia agora tem novidades, e até foto do sequestrador, que deixou o avião de paraquedas e nunca mais foi visto. No dia 24 de novembro de 1971, um homem que se identificou à companhia aérea norte-americana Northwest Airlines apenas como “Dan Cooper” sequestrou um Boeing 727 (trijato, que tinha uma porta de saída localizada na cauda) e fugiu com US$ 200 mil, saltando de paraquedas pela porta traseira da aeronave.

O caso, encerrado pelo FBI em 2016, é, até hoje, o único sequestro de avião que nunca foi solucionado. A história, porém, pode ter ganhado mais um capítulo, conta a revista Airway. Cientistas amadores do grupo “The Citizen Sleuths”, dedicados a investigar o caso do sequestro de 1971, afirmam ter encontrado evidências em um simples clipe de gravata pode apontar a identidade do suspeito. A peça, usada pelo sequestrador e abandonada na aeronave, contém elementos microscópicos que podem ligá-lo à indústria aeroespacial dos EUA, mais precisamente à Boeing.

Após uma minuciosa análise do prendedor em microscópio eletrônico, os cientistas encontraram mais de mil partículas de cério, sulfato de estrôncio e titânio puro, componentes que eram comuns nas linhas de montagens de aviões da Boeing nos anos 1970, em especial na produção de aeronaves militares supersônicas.

O caso: o voo 305 da Northwest Airlines foi sequestrado por um passageiro, após uma ameaça de bomba. A aeronave cumpria a rota Portland – Seattle, uma curta viagem de 30 minutos, até o sequestrador tomar o controle da tripulação em silêncio e fazer suas reivindicações. O jato levava apenas 36 passageiros.

A aeronave seguiu o percurso normal, pousando em Seattle, onde os passageiros foram liberados. No entanto, com os tripulantes ainda como reféns, o sequestrador pediu US$ 200 mil, conjuntos de paraquedas e solicitou que o avião decolasse novamente, em direção à Cidade do México. Todos os pedidos foram acatados pela companhia aérea. Demonstrando alto conhecimento sobre aeronaves, “Cooper” pediu aos pilotos que a aeronave voasse seguindo rota por ele sugerida e, em seguida, pulou de paraquedas pela porta traseira.

É mais um que tem que tirar o chapéu pela criatividade.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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