O fim da espontaneidade

4 dez • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em O fim da espontaneidade

O escritor angolano Mia Couto, que sempre visitava a Feira do Livro de Porto Alegre, disse – na última vez que esteve aqui – que o politicamente correto era um desastre, que complicava até o ato de falar de qualquer pessoa. Houve pouca ou nenhuma repercussão na mídia local, politicamente corretos até a medula, em consonância com o pensamento da esquerda.

O caso Carolina

Sábado passado, o apresentador de TV Serginho Groisman perguntou à atriz Carolina Dieckmann se ela queria emagrecer para ficar gata. Carolina, que antes havia dito que pretendia ficar mais magra, respondeu “passar por essa tensão de caber no vestido, vocês entenderam, né gente?”

Não entenderam. Não demorou e as redes sociais estavam chamando a atriz de “gordofóbica”. Mia Couto tem toda a razão, com um adendo: não só um comentário banal serve para despertar a ira fundamentalista como tiram conclusões pela gente.

Dinheiro na Suíça

Esse delírio policialesco pode ser ilustrado com o seguinte caso ocorrido ontem na redação, bem na hora em que redigia a nota acima. Um colega abriu uma embalagem de biscoitos onde se lia ”folhado suíço doce”, então disse que ele provavelmente tinha conta secreta em algum banco suíço ou de lá contrabandeou o tal folhado suíço. Portanto, tinha que estar na Lava Jato. Viram como se viaja na maionese?

Bezos, o burro

Abra seu coraçãozinho: você é daquelas pessoas que se punem por mudar de ideia frequentemente, de não ter o que se chama de tenência, de se achar burro por estar constantemente mudando de opinião? Pois saiba que é gente como você que o fundador da Amazon, Jeff Bezos procura. Do alto dos seus US$ 150 bilhões, é evidente que não faz escolhas erradas para seu estafe. É mais ou menos como dizer que, nestes casos, é inteligente ser burro.

Ou, seriam os burros…

Mas como o fundador da Amazon encontra essas pessoas? Essa foi uma questão que o executivo abordou quando passou pelos escritórios da Basecamp há alguns anos, de acordo com relato de Jason Fried, fundador da empresa, publicado na Inc. E a resposta de Bezos foi o oposto do que a maioria das pessoas espera. Pessoas inteligentes erram – e muito.

…mais inteligentes?

Bezos observou que as pessoas mais inteligentes estão constantemente revisando sua compreensão e reconsiderando um problema que acreditavam já ter resolvido. Elas estão abertas a novos pontos de vista, novas informações, novas ideias, novas contradições e novos desafios”. E mudam de ideia com frequência. Em outras palavras, quem é muito inteligente muda bastante de ideia.

Equilibrista do Ano

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A cerimônia da entrega de prêmios do Troféu O Equilibrista, realizada na noite de 30/11, no Grêmio Náutico União, reuniu executivos de finanças e empresários de todo o Estado que foram prestigiar os agraciados. O presidente executivo do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças no RS (Ibef-RS), Marcos Fritzen, afirmou que os homenageados fizeram a diferença controlando custos e conduzindo áreas estratégicas das empresas num período econômico de incertezas.

E o Oscar foi para…

Erasmo Batistella_creditoALXBandeira…Erasmo Batistella, eleito O Equilibrista do Ano, diretor-presidente da BS Bios. Estive lá juntamente com minha amiga Lu Moglia. Uma coisa chamou minha atenção: o discurso de Erasmo não foi lido, como a maioria dos neófitos na arte de falar em público fazem. Ele falou de improviso, e foi aplaudidíssimo. A diretora administrativa e de RH da Fruki, Aline Eggers Bagatini, e a diretora financeira e de operações de RH do Grupo RBS, Mariana Guedes Silveira, foram agraciadas como Destaques em Finanças 2018.

O discurso da Nega

Sempre dou um conselho quando me perguntam – dificilmente perguntam, porque não sou paulista ou americano, nem tenho MBA e não estudei em Harvard –  como se fala em público, ainda mais na primeira vez. Minha resposta é sempre a mesma: melhor gaguejar de improviso que ler uma Bíblia de texto que a maioria dos ouvintes acha que não foi você quem escreveu. Comentei com a vereadora porto-alegrense Nega Diaba, já falecida, que temia fazer pronunciamento da tribuna com medo de ser ridicularizada. Esquece, dizia a ela, seja natural como você é.

Por falar em Nega

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…se alguma sumidade estranhar que eu fale em “Nega” e ainda mais “Nega Diaba”, vou avisando que ela registrou assim seu nome no TRE quando concorreu à Câmara Municipal da capital gaúcha. E com ele foi eleita (pelo PTB).

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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