Namorada na Gruta Azul
– Tá pensando que eu sou o quê?
Essa foi a reação irada da namorada de um amigo, diretor de uma multinacional, quando perguntou para a namorada se ela não queria conhecer a Gruta Azul, famosa casa noturna de Porto Alegre, para ver como a coisa funcionava. A casa estava no auge então, anos 90, e não era raro casais casados, até de boa posição, frequentar a casa. Em vez de desistir, nosso amigo repetia a dose a cada duas ou três semanas, recebendo a mesma resposta, acompanhada da promessa que, se ele insistisse muito, ela o deixaria.
Um dia, ela disse sim. De tanto ele bater na mesma tecla, ela explicou, então vamos lá pra ver se mudava de faixa:
– Mas só uma vez, certo? Depois nunca mais me pede isso!
Juro, ele falou, fazendo o sinal nos lábios. E na mesma noite, lá se foi ele lépido e faceiro, namorada a tiracolo. Não estava nada à vontade, notou, muito constrangida, para falar a verdade. Sentaram numa mesa mais afastada, ele pediu espumante. O papo não engrenava. Ainda bem que veio um show de strip-tease. Lá pelas tantas, uma das mulheres da casa pediu educadamente se podia sentar com eles. Ele vibrou, ela não.
Mas conversaram. Ajudados pela bebida, o papo rolou bem entre ele e a garota, mas a namorada demorou a entrar no clima. Mas, aos poucos, foi se soltando, e lá estava o trio numa boa. Consegui, pensou o diretor. Em um determinado momento, ele pediu licença e foi para o banheiro, que ficava na outra ponta. Com a meia luz do salão, foi se esgueirando pelas mesas,
No meio do caminho lembrou que tinha esquecido o celular, um daqueles primeiros tijolões da Motorola. Vai que o chefe ligasse, ou um cliente o acionasse, decidiu voltar para pegá-lo. Veio pela ponta oposta que tinha saído. Quando chegou perto da mesa viu a cena.
As duas estavam aos beijos. Beijos apaixonados.
Fiquei curioso com o restante da história
Que m3rda de história hein