Motel para marcianos

31 jul • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Motel para marcianos

Saiu uma pesquisa para a publicação Guia dos Motéis que pretende desmitificar alguns mitos que cercam estes estabelecimentos. Segundo a agência Hello, apenas 3% dos encontros são extraconjugais. Aqui abro o primeiro parêntesis: só se for em Marte. Pelo menos no Rio Grande do Sul não, pode até ser em outras plagas, São Paulo talvez, que tem 1,2 mil dos cinco mil motéis do Brasil.

Imagem: Freepik 

 

O apelo do proibido

Ainda segundo a pesquisa, 49% dos encontros são de casais, casais de verdade, de papel passado. É verdade que muitas duplas dão uma turbinada nas relações indo aos motéis, mas dizer que apenas 3% são riscadas fora da caixinha, tenham dó. E sob uma ótica diferenciada e com uma dose de humor para não atrair a ira do segmento, dá para dizer que casal casado que vai a motel é como se fosse uma pulada de muro. Logo, 49% mais 3% são extraconjugais.

Obsolescência programada

Vi um interessante documentário sobre a obsolescência programada na TV5, Canal francês TV5, caridosamente rebatizada de “ciclo de vida”. Me engana que eu gosto. Já em 1928 empresários alertavam que a durabilidade dos produtos estava a destruir a economia norte-americana, em especial. E não só foi feito o alerta como tentaram aprovar no Congresso uma lei que obrigava os produtos a terem vida curta, e chegaram até a estipular quantos ciclos ou anos seria esse limite.

A lâmpada de 25 anos

O recado inicial até que era lógico. Se a qualidade e longa vida fosse mantida, haveria desemprego em massa. Tudo começou com o famoso episódio de cartel das lâmpadas elétricas, nos primeiros anos do século XX. Elas estava durando demais e isso ameaçava as indústrias do setor. Então, foi reduzida para as que conhecemos hoje, mesmo que exista tecnologia que as fazem durar por 25 anos. Aliás, para desgosto do capitalismo, uma pequena empresa da Alemanha as fabrica desde o tempo da comunista RDA, a Alemanha Oriental. E pior, a tecnologia não é alemã, é russa do tempo da URSS.

A boa e a má

Há os que defendem produtos mais duráveis e um controle na cultura da sociedade de consumo. Longe de ser ameaça ao capitalismo, as indústrias teriam que ser criativas para produzir valor agregado ou simplesmente ampliar a fronteira colimando novas tecnologias. Fato é que boa parte da indústria europeia hoje é sustentável, o que é uma boa notícia sem dúvida. Mas apenas parte, o que não é uma boa notícia.

 

Os economistas

Um dos entrevistados foi o líder do anticonsumo, Serge Latouche, que disse uma frase pertinente: quem acha que poderemos construir produtos infinitamente quando os recursos da Terra são finitos ou é louco ou economista. E conclui com uma certa amargura: “Ultimamente, somos todos economistas.”

Expoagas 2018

Amanhã às 10h, na sede da Agas – Rua Dona Margarida, 320, Porto Alegre –, o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (AGAS), Antônio Cesa Longo, irá apresentar as novidades e a programação da 37ª Convenção Gaúcha de Supermercados – Expoagas 2018.

Carla Santos

Jornalista, assessora de Fernando Albrecht, de quem foi colega no Jornal do Comércio. Atuou como chefe de Redação no Palácio Piratini, assessora de comunicação de diversos clientes. Hoje faz assessoria em mídias digitais para empresas e é editora do jornal de bairro Voz da Vizinhança.

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