Meu querido diário

25 fev • Notas1 comentário em Meu querido diário

Desculpa não ter atualizado meu dia a dia, mas é que surgiram vários imprevistos, especialmente o recrudescimento da peste. O tio aqui tenta, mas não consegue deixar de pensar naquele bicho com jeito de bolota de mamona cheia de anteninhas que servem para abraçar células indefesas. Entre elas, as do corpitcho deste. Quanto vi a primeira reprodução do corona, achei que fossem estações rádio-base de telefonia celular. Não eram.

https://www.banrisul.com.br/bob/link/bobw02hn_conteudo_detalhe2.aspx?secao_id=1210%20&utm_source=fernando_albrecht&utm_medium=blog&utm_campaign=consignado_digital&utm_content=centro_600x90px

Para mim, esse agarramento é assédio sexual. Melhor, é um estupro, caso ele as penetra, deu-se conta disso? Isso o governo não vê, nem as ONGs que tratam desse assunto. O sujeitinho comete o ato sexual sem consentimento com as indefesas células, virgens por sinal, e já fazem um monte de filhos. Resumindo, é estupro de vulnerável.

Em um primeiro momento, querido diário, pensei em seguir a sugestão da ex-deputada e prefeita de Sumpaulo, Martha Suplicy, que largou a frase que ficou famosa no Brasil inteiro, relaxa e goza. Pergunto como gozar com aquele monte de espetinhos indecentes fincados nas coitadas?

Os filhos tendem a imitar os pais no que eles têm de pior,  e os do coronavírus são iguaizitos ao progenitor. Meu querido diário, onde vamos parar? Não há mais respeito nem pudor, é uma devassidão só. As bactérias, que nem são parentes dos vírus, também fazem aglomerações invasivas, mas pelo menos a Polícia Antibiótica age com severidade. Bactéria não tem bom advogado como os vírus.

Meu querido diário, agora que tudo começou de novo graças às tais variantes, a Manaus em especial, ocorreu-me que nem em nossos desvarios históricos, tipo amarrar cavalo no Obelisco Rio Branco, no Rio de Janeiro, nós gaúchos nunca cogitamos invadir o Amazonas e amarrar pingo naquele calçadão feito de látex de Manaus.

Meu querido diário, por hoje é só. Se por acaso eu for mais uma vítima do Torpe, podes ter certeza que não relaxei nem gozei. Mas confio nas minhas células. Resistirão até o fim. Embora já sejam velhinhas, têm como lema um dito de José Hernández, no seu imortal livro Martin Fierro:

El diablo sabe más por viejo que por diablo.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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One Response to Meu querido diário

  1. Paulo disse:

    Eita bichinho danado..dizem os estudiosos que na cabeça dum miserável alfinete cabem 30 milhões de bichinho..qualquer dia qualquer hora vou contar talvez a conta esteja errada

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