Esporte nacional
Não, não é o futebol. O esporte nacional do Brasileiro, gaúcho em especial, é falar alto e de forma inconveniente em todos os lugares possíveis. No restaurante, no bar, na rua, no velório, ao celular – aliás, fala-se tão alto nele que a pessoa do outro lado ouve ao natural. Por isso, que somos detestados em tantos países europeus. Somos inconvenientes. Pior, não dançamos nada e queremos luz negra.
OS ALTO FALANTES
Engana-se quem pensa que é só gente da vila que assume essa postura vocal. Não, gente fina também e talvez principalmente. O olham com o canto do olho para quem parece gostar – só os alto-falantes humanos não sabem que são olhares de reprovação – como a dizer “ol mamã, olha teu rebento aqui agradando”.
UM OUTRO OLHAR
Para esquecer um pouco da nossa monumental má educação, eis aqui uma vista que nem todos podem ver, pelo menos deste ângulo. É um colírio caminhar pelos jardins do Piratini ao lado do Galpão Crioulo do Palácio. Ao fundo, a cúpula da Catedral Metropolitana. Confesso que o palácio em si não me agrada. Acho meio frio, uma arquitetura lúgubre. Que me perdoem os devotos, mas a Catedral é feia, na fachada.
O PÉ DO VINICIUS
Pé-direito alto nunca fez meu gênero. Quem gostava dele era Vinicius de Moraes. Ele morava na encosta acho que no Jardim Botânico do Rio de Janeiro e queria aumentar o pé-direito da casa. Contam que ele contratou uma empresa de engenharia especialista na modalidade. A certa altura do papo, o engenheiro-chefe quis saber que altura o compositor queria entre o piso e o teto. Ele não soube precisar em metros.
– Mas o senhor, pelo menos tem que ter uma ideia – falou o doutor do cimento.
O Poetinha pensou, pensou e depois falou de forma resoluta.
– Sabe aqueles filmes de faroeste em que o mocinho alto pra caramba está montado num cavalo enorme, então ele empina o bicho, tira o chapéu Stetson e o arrodeia no ar até onde seu braço alcança? Pois é dessa altura que eu quero.
TUDO NA TORNEIRA, BRÓDI
A cidade de Porto Alegre ganhou uma nova opção para happy hour e entretenimento noturno. Com investimento de R$ 700 mil, o Blink Bar abriu as portas no bairro Moinhos de Vento (Rua Comendador Caminha, 312) com uma novidade exclusiva: é o primeiro bar da capital gaúcha a apresentar ao público torneiras de drinks. São dez torneiras que servem as receitas da casa durante a noite toda, e conta também com dez torneiras de cerveja à disposição do público. O empresário que abre as torneiras é Daniel Jeunehomme.
NÃO VALE
Não vale algum pândego chegar no bar do Daniel e pedir um drink de frutas com um pêssego inteiro, por exemplo. É torneira, não mangueira do Corpo de Bombeiros.
CIDADANIA ITALIANA
Conseguir a cidadania italiana é, de longe, a menos complicada de todos os outros países europeus. Mas há novidades no ar. Há indicativos que essa moleza pode terminar. Leia o artigo do especialista no assunto, Rafael Gianesini.
ESCOLA DE ASSADORES
O Parque Gaúcho de Gramado completou oito anos de atividades na sexta-feira, 15, reforçando seu compromisso de resgatar a formação histórica do gaúcho. A equipe recebeu convidados e turistas com uma demonstração da Escola Gaúcha de Assadores, um projeto de resgate cultural criado para apresentar a origem e a evolução da culinária gaúcha.
Além do tradicional churrasco, a escola ensina o preparo de pratos típicos que fizeram parte do período de formação do povo do pampa.
Conforme o diretor do Parque Gaúcho, Marcos Gomes, a Escola Gaúcha de Assadores resgata a questão histórica envolvida no preparo das receitas típicas e apresenta técnicas de preparo primitivas que podem ser colocadas em prática pelos participantes. “Mostramos desde o preparo do fogo até a escolha dos ingredientes, mas buscamos especialmente resgatar a questão histórica”, pondera.