Em se plantando, dá

8 jan • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Em se plantando, dá

fiosAssim descreveu o Brasil o escrivão Pero Vaz Caminha quando Cabral cá chegou. E dá tanto que florescem até fios. Por falta de vocação, eles ainda não se comportam como galhos de árvores, mas um dia eles chegam lá. O matagal da foto fica na rua Ramiro Barcelos, Porto Alegre. Existem muitos irmãos cidade afora.

Mas não é culpa apenas da CEEE. Talvez a menor parte da fiação seja de sua responsabilidade. O resto é cabo de telefonia, fibra ótica, gato e outros aproveitadores de poste alheio.

Acontece…

Jair Bolsonaro e sua equipe estão naquele estágio de apavorar os eleitores de tanto choque de cabeças. Algumas não tão pensantes como deveriam. Só que o tempo aplaina essas saliências. Mesmo na época dos militares, não raro, aconteciam esses desencontros, e parte vazava para a imprensa. Até que não era tão segredo do Estado assim.

…mas não deveria

No caso atual, o grande número de militares em cargos de alto escalão é uma das causas. Militar e como radialista, não pode ver microfone aberto que lá vem palavrório por perto. Ainda mais que alguns resolvem dar o troco pelo que da classe se falou em anos recentes. O próprio capitão precisa se controlar mais.

Na torcida. Contra

Ainda tem que levar em conta o fato de a mídia torcer descaradamente pelo insucesso do capitão. Ontem de manhã, vi uma chamada na Globo News de programa no rodapé onde se lia “aumentou o emprego informal”, mas nada sobre “diminuiu o desemprego”.

Os chorões

Se ainda fosse do gênero musical “choro” seria uma boa, mas não é o caso. Já notaram que o brasileiro é um chorão nato? E que sempre tem uma desculpa quando faz algo mal feito? Não é generalizado, mas é a tal coisa de maçã podre que contamina todas as outras do barril. É um aspecto cultural nosso, algo vindo do catolicismo em grande parte. Chorai e sereis ouvidos.

Você observa isso todo santo dia no trabalho e até nas relações familiares. Sempre tem alguém dando uma desculpa esfarrapada ou chorando, ai como eu sofro, não mereço etc.

Tá na cara

charao (2)Este é um papagaio-charão que mora no Gramadozoo (RS). Os veterinários estão contentes porque a ave acabou de ser pai. Notaram o detalhe? “A” ave, feminino, é pai, masculino. Mas não é disso que quero falar. O que sempre me encanzinou nesses psitacídeos é o jeito maroto com que nos olham. Digam-me se estou certo ou errado, o charão não parece estar rindo de alguma coisa, talvez de nós? Tá na cara.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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