Como se caça mina (I)
A Europa inteira se uniu nas comemorações pelo aniversário de 100 anos da I Guerra Mundial, domingo último. Foram 9 milhões de mortos e 30 milhões de feridos. Hoje seriam três vezes mais. Eu faço parte dessa história, não como combatente – eu teria 100 anos agora – mas pelo fato de meu pai ter lutado na Marinha Imperial alemã a bordo de um caça minas. Cada vez que menciono isso, algum idiota confunde as duas guerras e acham que foi a guerra de Hitler.
Findo o conflito, Franz Josef Albrecht tinha um dilema. A Alemanha vivia um caos, a hiperinflação chegando, e os jovens estavam sem futuro. Imaginem alguém com 18 anos ser jogado na chamada Guerra de Todas as Guerras. Então ele e amigos decidiram emigrar para o Brasil. Partiram de lá em dezembro e chegaram a Santos em janeiro de 1920.
Lembro de ter perguntado para ele porque o Brasil e não outro país, e ele me explicou que já havia forte presença alemã aqui; a opção era a África do Sul. Depois de alguns empregos temporários e de percorrer o interior do RS a bordo de uma mula, acabou por se fixar em São Vendelino, então distrito de Montenegro, onde nasci.
(Conclui amanhã)