Ordens são ordens
Desfile cívico na Perimetral. Todos garbosos marchando em formação impecável e, na frente, um piquete de cavalaria. De repente, deu um churrio coletivo nos cavalos – alguma alfafa azeda, quem sabe. Foi aquele depositar de bolos verdes e malcheirosos no leito. Atrás, as filas começavam a se desorganizar para evitar as bosteadas. Foi aí que um majorengo se virou, viu a cena e gritou:
– Na-na-ni-na não! Todo mundo segue em formação, nada de desviar. Disciplina é disciplina, rapaziada!
Lembrei de uma história do Claudinho Pereira. Há anos, fui a um evento no Dado Bier, do Bourbon Country, e o vi postado de mãos cruzadas no corredor de acesso, pé apoiado na parede.
– Claudinho, meu amigo. Algum problema?
Ele trocou de pé.
– Não mesmo. Ao contrário, tô igual a cavalo em desfile do 20 de setembro: bosteando, andando e sendo aplaudido.