A mãe da criança

29 out • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em A mãe da criança

Lamento informar aos amantes brasileiros das bruxas de Halloween, celebrado dia 31 de outubro, que não é uma festa norte-americana. Ou melhor, é hoje, desde o século XIX. As raízes dessa celebração remetem aos celtas, esse povo invocado que nos assombra até hoje e do qual parte da humanidade europeia descende. Quem introduziu a tradição nos EUA foram os imigrantes irlandeses, outro povo invocado e brigão.

OS CELTAS, DE NOVO

Halloween remonta a era pré-cristã, coisa de 2.500 mil anos a.C. A celebração celta chamava-se Samhain, que significa “o fim do verão”, e a morte do-Deus Sol. Sabendo-se disso faz todo o sentido, bruxa, noite, frio, terror, malvadezas. Como o sonho americano tem que ter sempre um final feliz, criaram o antídoto de oferecer doces às crianças para evitar as malvadezas. Doce dado, malvadeza evitada. E viveram felizes para sempre.

OS CONTRABANDISTAS

Quer dizer o seguinte: os nativos americanos macaquearam os irlandeses e, por sua vez, os brasileiros copiaram a festa americana depois que ela se encorpou aos usos e costumes do Tio Sam. O que seria da América do Norte não fossem os irlandeses e italianos. Cada povo tem os imigrantes que merece.

SONHOS FRUSTRADOS

O passo seguinte foi adaptar as bruxas aos filmes terror. Dizem que Freddy Kruger é neto da bruxa que os irlandeses trouxeram. Como ela havia acumulado grande fortuna com a lenda e direitos autorais da lenda, Freddy estava todo pimpão pensando em iates, navios, cavalos e carruagens. Qual não foi seu desgosto quando descobriram que ele tinha um irmão bastardo, um tal de Jason.

HOLLYWOOD, A SALVAÇÃO

Os dois brigaram por décadas e, para ter direito exclusivo sobre herança da mamã, gastaram o que tinham e o que pensaram em ganhar com advogados, deixando-os mais pobres que ratos de igreja. Certo dia, os dois se encontraram e ficaram se olhando como a dizer “a que ponto chegamos”. Não se sabe quem teve a ideia primeiro, mas o certo é que decidiram ser atores de filmes de terror, o que se revelou uma excelente ideia.

HAPPY END

Como Drácula e Frankenstein estavam aposentados inclusive incorporando as FG’s (funções gratificadas), não precisavam mais do cinema para viver bem e muito bem, por sinal, Freddy e Jason ganharam milhões de dólares com a interminável série. Dizem que Jason tem sósias que trabalham por ele. As voltas que o mundo dá.

UM CONTO DE TERROR

O Leão encontra o Cordeiro se refrescando no córrego. Ao ver o temível felino, o indefeso cordeiro tenta fugir atravessando o leito. Quando já estava no meio da água, o leão ruge para ele.

– Não te preocupa, Cordeiro, eu já estou almoçado…

Aliviado, o ovino dá meia volta para a margem. Imediatamente o leão o ataca e come.

– Almoçado sim, mas não tinha comido a sobremesa.

Moral da história: o Leão está sempre com apetite. O cordeiro deveria ter aprendido isso quando declarou o imposto de renda.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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