A fonte secou

13 jul • Caso do DiaNenhum comentário em A fonte secou

Hoje, o fluxo de informações que chegam das agências de notícias e das próprias assessorias de imprensa das empresas cabe num caninho de levar oxigênio para a UTI. As redações, vocês sabem, bebem das mesmas fontes, salvo as reportagens e pautas locais, ou emanadas pelo veículo. A primeira explicação é a crise, a anemia da economia, o que é verdade, mas tem mais linguiça debaixo desse pirão.

As grandes (e únicas) agências de notícias nacionais fazem a mesma massa para que as redações façam seus pães. No passado, os jornais mantinham sucursais em grandes cidades, mas com a diminuição do número de leitores e refluxo de anunciantes – a primeira coisa que se corta é a propaganda – o custo ficou alto demais. Então, começou o enxugamento das redações, lá e cá. O volume físico de informações também caiu. Já nem falo da qualidade.

Com a demanda baixa, as empresas também dispensaram no todo ou em parte as assessorias de imprensa. Não deveriam, mas dispensam. Então temos o quadro tétrico. Você lê cada menos notícias em termos físicos, convém repetir, seja pela falta de profissionais seja pelo pouco noticiário que uma economia débil gera.

Esqueçam as redações cheias de gente, repórteres procurando desesperadamente computadores para trabalhar, discussões com editores, a azáfama que sempre encantou quem gosta da profissão. Hoje parece ambiente de hospital, silenciosos e assépticos. Até isso perdemos.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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