A comidinha da mamãe
Se você lê uma entrevista pergunta-resposta com chefs renomados vai se deparar certamente com a pergunta sobre qual é o prato favorito dele. Quase que invariavelmente, a resposta não será nenhum desses pratos com preço inversamente proporcional ao volume de comida, mas algo simples que pode se traduzir como “a comidinha da mamã”, picadinho com batata e arroz/ou feijão, por exemplo. Pronto, já revelei minha predileção. Uma delas. Faz todo sentido.
Quando trabalhei na agência Publivar, do meu querido e saudoso amigo Salimen Jr, almoçávamos com alguma frequência no Alfred Hotel, pertinho da agência. Comida de hotel, né, nada arrebatador mas quase sempre metidinha. Um dia, encontramos no elevador o dono do Alfred, o Zé Sehbe, que também ia papar a Dona Xepa. Eu e o Turco nos decidimos por aqueles indefectíveis medalhões de filé com incrustações invisíveis de pedras preciosas para justificar o preço. O Zé não.
– Me traz a comidinha do garçom – falou ele para o da bandeja.