O óbolo
Olha só o desaforo. Você caminha pela calçada, e um sujeito deitado com seus mijados pede dinheiro. É mijado sim, pro raio que o parta o politicamente correto. A maioria está lá por vontade própria, desistiram, sei lá. Ele nem mesmo estende a mão a uma altura confortável para receber o óbolo. Ele quer que você abra a carteira em plena rua, tire um troco e alcance a ele tendo que se curvar para isso. Claro que nem todos são assim, alguns estão doentes ou incapacitados. Alguns. Então penso numa frase de Louis Pasteur. Graças a ele você pode beber leite sem germens.
“Teria a impressão de ter cometido um roubo, se passasse um dia sem trabalhar.”