Os mundos que se tocam
A matéria de capa da edição desta semana da revista The Economist analisa o que chama de “a nova divisão política no mundo!”. Não se trata mais de Direita ou Esquerda, mas de Abertura ou Fechamento. Na Europa e na América, cresce a presença de políticos populistas, xenófobos e com posições contra a globalização, segundo a publicação.
Em um ponto dá para subsidiar a análise da The Economist: em vários países latinos, populistas sempre estão no poder, e não é de hoje. Não existe nada mais parecido com uma ditadura de direita do que outra de esquerda, então zero a zero, não me venham de borzeguins ao leito falando que estas cuidam mais do povo.
Sempre achei curioso e elucidativo a forma romântica e piedosa como a palavra Revolución é tratada pelos regimes totalitários. Também não me comovem a adoração do Mercado como panaceia universal. Parece a passagem da Bíblia sobre o bezerro de ouro. Do outro lado, no sentido dos extremos que se tocam, aquela foto clássica do Che Guevara parece um santinho católico, com aquele olhar o céu, aviso prévio de êxtase.