• Pensamento do Dias

    Publicado por: • 25 abr • Publicado em: Frase do Dia

    Quando a entrada é muita, a comida é pouca.

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  • O derrame

    Publicado por: • 24 abr • Publicado em: A Vida como ela foi

    Uns caras lá das bandas do Vale do Caí foram caçar em terras uruguaias. Foram na marra, sem licença, confiando na dona Sorte.

    Um doble chapa avisou a turma que, se uma patrulha do Exército os pegasse – lá é assim –, a cana seria dura. Então para tomar coragem encheram previamente o tanque com canha azulzinha de Santo Antônio.

    Já tinham entrado alguns quilômetros fronteira adentro quando um deles começou a passar mal. Suava em bicas, ficou pálido, tremelicou todo. Os parceiros ficaram preocupados. O que se passa?

    – Estou tendo um derrame…

    Orra, isso era hora de ter derrame? Deitaram o gajo no chão, tiraram o material bélico, cartucheira e facão, afrouxaram a roupa e outro o abanava. Então sentiram um cheio horrível, um fedor de mocotó com repolho enriquecido com rabanete.

    – Mas qual é, bitcho, tu está é todo borrado!

    O doente gemeu.

    – Não me deixaram terminar! Estou tendo um derrame intestinal!

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  • O inchaço do planeta

    Publicado por: • 24 abr • Publicado em: Notas

    A cada segundo, morrem 1,8 pessoas e nascem 4,2, segundo dados recentes. Não tem como o planeta Terra aguentar o tranco.

    Quem tem mais de 60 anos deve se lembrar do hino da Seleção Canarinho na Copa do Mundo de 1972 “noventa milhões em ação”. Em 1950, a população brasileira era de 52 milhões. Deu para sentir o salto?

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    O Poema das Sete Faces

    Mundo, mundo, vasto mundo
    Se eu me chamasse Raimundo
    Seria uma rima,
    não seria uma solução

    Assim escreveu o poeta Carlos Drummond de Andrade. Ainda estamos nos recuperando da pandemia. E, agora, vem um mosquito de pijama carregando no seu bojo uma arma de destruição em massa, a dengue.

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    Porto Alegre já foi dominada pelo inseto da morte, também responsável pela febre amarela urbana. Duas versões para o bombardeiro da morte para a febre amarela silvestre, Haemagogus e o Sabethes.

    Na malária, nosso inimigo desde o milênio passado, o vetor é o mosquito anofelino, também conhecido como carapanã, muriçoca, sovela, mosquito-prego e bicuda.

    Quer dizer simplesmente que nossos maiores inimigos são seres teoricamente insignificantes. Mas só na aparência.

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    Quando eu era adolescente, ficava impressionado com os relatos da febre amarela em regiões úmidas e quentes. Livros e mais livros “de aventura” descreviam os sintomas que iam e voltavam, dependendo do grau de gravidade. Às vezes, febrões por toda vida.

    A Grande Peste

    Sabemos das pestes que dizimavam populações inteiras na Idade Média, antes e depois dela. Os poucos que sobreviviam ficavam com a face marcada por sulcos e buracos, dando a ele uma aparência desagradável de se ver.

    Pois também a peste foi obra de um ser insignificante, a pulga do rato. Mas ninguém sabia disso. Então, a doença era atribuída ao demônio ou castigo de Deus pelos pecados cometidos.

    A doença que aterrorizava

    Nos meus tempos de adolescência, o medo era pegar a lepra, como a hanseníase então era chamada. Vem dos tempos bíblicos a ação da bactéria Mycobacterium leprae.

    Pegava-se apenas pelo contato segundo a crendice popular, o que é totalmente falso. A transmissão é difícil.

    Como “lepra” era o demônio em pessoa, custou a chamá-la por hanseníase. Na Zona Sul de Porto Alegre, havia o Leprosário Itapuã, em cujo pórtico de entrada havia a inscrição “Nós não caminhamos sós”.

    O que nos impressionava era que os infectados tinham ausência de dor. Então, a maioria tinha dedos queimados ou esmagados por trabalhos manuais corriqueiros, porque a dor serve de alerta que a hanseníase ocultava.

    Foi um dos meus grandes medos da adolescência. Então, todas as pragas são causadas por seres insignificantes e até invisíveis a olho nu. Por isso mesmo são difíceis de exterminar.

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  • Pensamento do Dias

    Publicado por: • 24 abr • Publicado em: Frase do Dia

    Quando alguém posta “urgente” nas redes sociais é porque não é urgente.

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  • A tia da cozinha

    Publicado por: • 23 abr • Publicado em: A Vida como ela foi

    Esse negócio de fazer o bem sem olhar para quem tem lá seus riscos. Sempre lembro um caso ocorrido nos anos 1980, na esquina das ruas Otávio Rocha e Marechal Floriano, centro de Porto Alegre.

    Um cego vinha pela primeira rua com sua bengala. Bem no meio da sua trajetória estava um grupo de pessoas em animada conversa, Distraídas, não viram a aproximação dele.

    Um senhor idoso, claramente aposentado, visivelmente bondoso, provavelmente sem nenhuma mancha ética, terno cinza, gravata com nó desatualizado, camisa com milhares de horas de voo de lavanderia, pressentiu a colisão. Foi em direção ao grupo.

    – Cuidado, pessoal, aí vem o ceguinho. Abram passagem para o cego!

    Os caras pararam o papo e abriram espaço. O problema é que o cego mudou a rota de repente e foi reto em cima do Jeremias, o Bom. Então, a bengala bateu na sua perna. Demonstrando irritação, o cego parou.

    – Sai da minha frente, seu bosta!

    Há tempos, vi algo parecido na lancheria de uma grande empresa de comunicação local. O seu Ricardo estava debruçado no balcão que divide o bar da cozinha. Pouco atrás, a mulher dele fritava pastéis. Nisso chegou um publicitário que visitava a empresa.

    – Tia, me frita dois pastéis?

    Ela ficou uma arara.

    – Não sou tua tia coisa nenhuma. Vai te enxergar!

    Seu Ricardo se divertiu com a explosão da mulher, que cronologicamente ainda está longe de ser tia. Constrangido, o publicitário mudou a tática.

    – Mas bah, eu falei brincando. Tu és uma gatinha, isso sim!

    Ela ensaiou um sorriso. Seu Ricardo fechou a cara.

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