O Brasil teve dois governos na terça feira. Um governado por Jair Bolsonaro, que rotulava a pandemia de histeria. O outro tinha à frente o Ministério da Saúde, que ameaçava prender quem não obedecesse se fosse orientado a ficar em quarentena. Pois já teria o preso n 1.
PING…
A e-vertical, empresa de integração e automação de sistemas de segurança para o mercado corporativo, acaba de lançar o KeyAccess Facial, em parceria exclusiva com a maior empresa de reconhecimento facial da China, a MegVii.
Vale lembrar que, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese), o reconhecimento facial é uma tendência crescente.
…PONG
Enquanto tecnologias como essa se desenvolvem rapidamente e tendem a ficar baratas pela escala, o Brasil não consegue evitar a entrada de celulares nos presídios.
CAÇA AOS VELHOS
Em alguns ambientes de trabalho, pessoas acima dos 65 e até dos 60 anos são vistos como serial killers. E tratados como tal. Sinto isso na pele. Em primeiro lugar, alguém com 60 anos não é idoso nem aqui em Cacimbinhas, revolta-me esse epíteto infanto-juvenil. Você nem mesmo atingiu seu ápice nessa idade, extensiva aos 65 anos.
MORTE AMBULANTE
Eles te olham com olhar de reprovação não no sentido de sugerir que você deveria ter ficado em casa, olham como se fôssemos a morte ambulante, um monstruoso coronavírus usando sapato, calça e camisa para esconder aqueles chifres cobrindo toda a bolsa que se observa nas ilustrações. Você é um amaldiçoado.
DE VOLTA AO PASSADO
Estamos voltando aos tempos bíblicos e à Idade Média, quando o povo era capaz de matar e tocar fogo nos doentes como os que sofriam de hanseníase, então chamados de leprosos. É da natureza do povo ser cruel.
FIÉIS INFIÉIS
Em outros tempos, quando surgia uma epidemia, os fiéis e os nem tão fiéis assim lotavam as igrejas. Hoje, fogem delas.
PELO OUVIDO
Há uma expressão que define bem os crédulos: deixar se emprenhar pelos ouvidos. Por isso a frase do dia de hoje é tão especial. Tendemos a acreditar em tudo que é ruim e duvidar do bom.
O EXEMPLO VEM DE CIMA
Vou dar um exemplo: o Rio Grande do Sul passou por uma seca medonha, que afetou nosso principal produto de exportação, a soja. A quebra de safra pode chegar a quase 40% e até maior em alguns casos. Começou a chover na terça-feira e ontem a precipitação foi mais volumosa na maior parte do estado.
Nem as edições de quarta-feira e de ontem registraram a feliz notícia, pelo menos com o destaque que o assunto merecia. Como se fosse uma coisa menor, quase uma chatice do ponto de vista dos urbanos.
PENSAMENTO DO DIAS
A próxima epidemia será o coronavírus que entra pelo cotovelo.
O BRASIL QUE DÁ CERTO
A Farsul tomou uma série de medidas para se inserir no contexto do combate à propagação do coronavírus. Veja no link http://farsul.org.br/destaque/
Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.
« Jack Brandão, pesquisador e Doutor pela USP Os dedos acusadores »
