Vingança armada
O vereador Carlos Bolsonaro (PSC) comentou o caso da empresária espancada durante quatro horas no Rio de Janeiro. “Se esta senhora tivesse como se defender, e fosse de sua vontade, uma arma de fogo legal resolveria justamente este absurdo”, escreveu o filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL) em postagem no Twitter.
Não é por aí…
…mas não dá para brigar com a notícia. O que Carlos disse seria endossado por um bocado de gente boa país afora. É politicamente incorreto assumir publicamente uma postura de olho por olho, dente por dente. Mas, na intimidade do lar e das conversas, a grande verdade é que – em matéria de crimes hediondos ou não – um grita mata e outro, esfola.
Duas em uma
Um sentimento comum em bairros da periferia ou até mesmo mais votados é o clima de linchamento se algum assaltante é pego com a boca na botija. Sempre aparece um mais decidido que vai à caça do malfeitor e, após o pontapé inicial, que Deus salve sua alma porque o corpo – não raro – fica irreconhecível. São as duas sociedades que temos, a de faz de conta e a outra que não tem os pudores da primeira. Mas são uma só.
O ministro do milagre
Morreu aos 87 anos o economista João Paulo dos Reis Velloso, ex-ministro de Planejamento dos governos Médici e Geisel. Foi um longevo no cargo. Foi titular da pasta de 1969 a 1979, período conhecido como “milagre brasileiro”, com PIB ultrapassando com folga 8% ao ano. Fundou o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Sem entrar no mérito das ações dos governos militares o fato é que realmente o Brasil cresceu de forma estupenda. Parou por que? Como hoje, não tínhamos infraestrutura para crescer de forma continuada. Sempre se disse que PIB acima de 4% não seria mantido pelas nossas deficiências por mais de três anos.