Uma historinha do Adão

10 jan • A Vida como ela foiNenhum comentário em Uma historinha do Adão

Político não ter muita intimidade com a última flor do Lácio não é exatamente novidade. Por isso é que o folclore que os cerca é maior até que o seu desempenho no mandato. E nem sempre um político analfabeto funcional é mau administrador, e vice-versa.

Na Metade Sul do Rio Grande do Sul, contava o jornalista Adão Oliveira, ficou famoso, nos anos 1970, um prefeito que, para começar, botava “S” com muita economia. Além disso, pronunciava nomes de autoridades de forma muito pessoal.

O presidente Emílio Garrastazu Médici, por exemplo, virou Garrastazul Médice. Também sempre se referia “às culminâncias do Congresso Nacional”. Outra:

– Não tive padrinho político. Portanto, não terei afilhado políticos!

Certa vez, num comício, o distinto subiu no palanque, pegou o microfone e começou relatando um encontro com o governador.

– Onte…

Postada na primeira fila, sua mulher agitou freneticamente o dedo. Marido dedicado e obediente à perpétua, ele pegou o recado e corrigiu a fala antes de engatar a segunda.

– Ontonte…

A oposição achou que era caso de impitchiman.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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