Um nome chamado Olina
Certa vez, um colega jornalista dizia que um povo que reza cinco vezes ao dia não podia dar certo. Mas o que dizer de um povo que bota nos filhos nomes estrambólicos como Dionatan ou Dienifer? E acrescido de Steice?
Nos anos 40 e 50, foram batizadas muitas Olina (elixir para combater cólicas e dor de estômago) e Analices. Segundo um antigo escrivão, Analice vinha de “análise” nº tal das embalagens de alimentos.
No bar Pelotense dos anos 70, havia um advogado famoso, muito divertido, o doutor Pacheco, que tinha uma técnica especial para escolher clientes. Tipo tolerância zero.
Assim que alguém assomava na portas do escritório, Pacheco perguntava o nome do vivente. Se saísse uma esquisitice, fazia um não com o dedo indicador em movimento bem largo, bem lento. Não pegaria o caso.
– Mas como, doutor, o senhor nem ouviu meu caso?
– Não tem conversa. Teu pai já não prestava.
Nome é coisa complicada, já dizia o falecido jornalista Melchíades Stricher, que se pronunciava “Melquíades.”
E não poucos negócios e amizades foram estragados porque alguém riu do nome de alguém. Aquela coisa de perder o amigo, mas não a piada.