Se a moda pega…

20 maio • NotasNenhum comentário em Se a moda pega…

O prefeito de Nova Iorque, Eric Adams, pediu aos grandes executivos de grandes empresas que peguem o metrô para trabalhar a fim de darem exemplo. O apelo não é em vão. Apenas 40% dos nova iorquinos voltaram a trabalhar no presencial.

É uma constatação curiosa essa. Em outros tempos, o prefeito pedia para que os funcionários ficassem em casa, se possível, para não congestionar o trânsito.

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Só que o transporte público nas grandes cidades estrangeiras funciona muito bem. Imagina um cidadão que trabalha em bairro de Porto Alegre e mora no interior a Zona Norte da Capital. Ele precisa pegar um ônibus para ir até o Centro e, de lá, pegar outro. Se morar no interior de Canoas, terá que ir de ônibus até o Centro, pegar o trem até Canoas e outro ônibus para chegar no seu bairro. 

A falta que ele faz

O metrô. Buenos Aires começou a construir o seu em 1912 e estava operacional em 1917, quase no fim da I Guerra Mundial. O de Porto Alegre foi pensado nos anos 1990 e ficou nisso. No hay plata, o que dá uma dimensão da nossa pobreza. E se saísse, teria que ser subsidiado, o que seria normal. No meu entender, o governo deveria subsidiar o transporte público e a comida-cesta básica. 

https://cnabrasil.org.br/senar

Será que serve?

Desde antes da pandemia algumas lojas de calçados, para não dizer a maioria, não disponibilizam mais calçadeiras para os clientes. Como é que vou saber se a forma serve? E se o número da marca xis é igual ao da marca y?

Nas roupas, reina o caos, Os números de camisas são a Deus dará, porque boa parte vem de países asiáticos, cujos números diferem do padrão brasileiro.

Outra mudança para pior é que, nas grandes redes, os vendedores apenas apontam o dedo para a arara ou prateleira que mostra a roupa, calça, paletó, casaco  ou camisa. Parece até que não é com eles.

O vendedor clássico, aquele que se interessa pelo gosto do cliente e dá sugestões de combinação, esse desapareceu. Parece que ele está mais interessado no relógio e na hora de ir embora.

Como o olho do dono engorda o boi, lojistas que não atentam para o atendimento ao cliente perdem dinheiro. E, pior, perdem o freguês. Coisa muito estranha.

E ainda repetem que o foco do negócio é o freguês. Não parece. O negócio está desfocado.

Memórias

Imprecisão

Aos poucos, vamos perdendo a precisão da nossa língua. Os vereadores da Capital não receberam aumento dos salários, receberam aumento nos subsídios. Militar ganha soldo. Funcionários públicos percebem  vencimentos. Fora dessas esferas sim, é salário.

Saudades do Nokinha

Ele só ouvia e falava, mas não sofria de queda de sistema nem tinha corretor que se metia de pato a ganso. Não tinha vídeo nem a encheção do WhatsApp. Discreto, cabia na palma da mão.

Foto: Fernando Albrecht

O casório

Tem comício, carreata, motociata, e ontem teve casamentociata. Quisesse ou não, o casamento de Lula com Janja virou evento político e peça de campanha eleitoral. 

Um estudo em vermelho

Foto: Fernando Albrecht

Tolerância zero

Entro numa delicatessen bem cara e peço um chá. Poucas variedades, maioria cítricas. Vem com aquele aparelho que tem o chá, não sachê. Dá duas xícaras, vinte reais mais os 10% de comissão.

A moça que atendeu fez uma pergunta.   

– Quente ou gelado?

Faz 10 graus. Por esse preço não deveria ter que aguentar pergunta cretina.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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