Há alguns anos, reclamei para um dono de jornal que as reportagens não iam fundo, e que boa parte delas obedecia os ensinamentos do italiano Antonio Gramsci, sempre de eixo para cima. Ele ficou pensativo e disse que há muito tempo ele e o sócio e tinham perdido o controle da redação, entendido como ter vida própria.

Quem ganha guerra é soldado

Podem ver os textos e títulos, nunca é invasão, sempre é ocupação. Ser de esquerda é fashion, e o italiano apenas colocou protocolos na estratégia: fazer pequenos se sentirem poderosos e até de mandar mensagens escondidas nos textos. Por isso, ele virou guru do PT desde 1993. Não interessa cooptar um colunista ou jornalista famoso, pegue os anónimos. O engraçado é que a maioria dos novatos sequer sabe quem ele foi e o que escreveu na prisão nos tempos de Benito Mussolini, as famosas Cartas.

Até recentemente, um ano e meio, houve uma  mudança de 180 graus. Os donos dos grandes jornais retomaram o controle, o sentido da edição. Ou pensam que retomaram. Para a rapaziada, foi unir o útil ao agradável.

O que faz o dinheiro. Ou melhor, o que faz a falta de dinheiro.

 A grande maldição

É a divisão do Brasil entre direita e esquerda. Ignoramos conservadores que não gostam nem de um nem de outro, mais uma grande parte que está de saco cheio de ver a briga entre os esquerdoides e direitoides. Sãos os leitores que estão fartos de CPIs e verdades absolutas.

São leitores que gostariam de saber o que se passa além desssa mesmice, e sem o manto hipócrita da imparcialidade.

Marcado para sempre

Aconteça o que acontecer com Bolsonaro, é certo que ele nunca mais vai poder ir a público sem ouvir vaias e panelaços  tudo graças à mais organizada e eficiente campanha capitaneada pelos jornais e pela Globo. Tiro meu chapéu. É um case mundial. E até aprenderam o caminho das pedras para o próximo Bolsonaro se assim lhes aprouver.

O capitalismo como Norte

Diga-se uma coisa a favor dos donos dos jornalões. Todos eles são capitalistas até a medula. Todos detestam a esquerda, mas também são pragmáticos. Se a esquerda está no poder, eles são companheiros de viagem. Business as usual, entenderam?

Historinha engraçada

Pouco depois da tomada do poder dos militares em 1964, um jornal da capital gaúcha publicou no editorial a frase: “A Revolução que queríamos”. Eu li. Até então, o odiava.