Quando o santo fotografava
Um dos meus tantos tipos inesquecíveis foi o fotógrafo Maurecy Santos, o Santinho, com quem trabalhei em 1968, na Zero Hora. E, mais tarde, na extinta Folha da Manhã, 1974/75.
O Santinho estava sempre de bom humor, rindo à beça e à toa. Vivia fazendo troça. Do tipo que perde o amigo, mas não a piada. Eu só o vi balançar uma vez, justamente num desses plantões da madrugada da reportagem policial.
Meia-noite e pouco. Estávamos na redação (que, naquele tempo, ficava na rua Sete de Setembro, hoje Estacionamento Rex), quando apareceu um motorista novo para as Rural Wyllis da empresa, à época pertencente ao jornalista Ary de Carvalho. Sisudo, formal, educado, estendeu a mão.
– Prazer, eu sou o novo motorista da madrugada. Meu nome é Antônio da Costa.
Era tudo que o Maurecy queria. Apertou a mão do novato.
– Prazer, Santinho. Da Costa, é? Costa brasileira ou uruguaia?
O novato devolveu com juros e correção.
– Santinho, é? De qual igreja?