Procura-se um radinho

22 jul • NotasNenhum comentário em Procura-se um radinho

Outro dia, alguém de casa me pediu um radinho de pilha. Achei que era só entrar em qualquer loja de eletrodomésticos e escolher um entre dúzias. Na-na-ni-na-não. Ninguém tinha radinho, só radião e olhe lá. Só achei nas lojinhas da Galeria do Rosário. E aí surgiu outro problema.

https://cnabrasil.org.br/senar

Tinha os de marca diabo, baratos, e outros mais caros. Uma atendente me disse ao pé do ouvido que não deveria adquirir os baratinhos. Qualidade ruim, montadas em fundo de quintal de algum país asiático. Fui de Sony. Se é que era ele.

Sem querer querendo

Essa busca me levou a uma constatação. Já repararam que essas falsidades eletrônicas não vem mais do Paraguai? Quer dizer, antigamente tudo quanto é bagulho vinha de lá. Então assomou outra constatação. Quem terminou com parte da má reputação do Paraguai foram os países asiáticos.

https://mla.bs/f633fc52

A montagem do monstro

Nos anos 1990, um amigo otário comprou um refrigerador de marca desconhecida vendida por um importador de araque. Funcionou uma semana. Começou a sair uma fumacinha do motor, deu uma tremidinha, certamente não de prazer, e deu os doces. Kaput. O amigo chamou um técnico multimarca. Pediu o diagnóstico. Minutos depois ele sacudiu a cabeça.

Olha, não tem jeito. Essa geringonça foi montada com sucata do front russo da segunda Guerra Mundial, montado na Bolívia e finalizado no Paraguai.

É grave a crise

Os ricos dos Estados Unidos estão comprando Rolls Royce usados, conta o Valor Econômico. Não exatamente por falta de grana, mas porque faltam autopeças para aumentar a produção, especialmente as eletrônicas. Ainda é efeito do “tudo fechado” da pandemia.

Vale o mesmo para o Brasil. Carros usados e seminovos estão com preço inflacionados por falta de alguns modelos novos. A tabela Fipe não mente.

Tive um Classe B Turbo (não vou dizer a marca para evitar pegação de pé) e o que mais me incomodou foi o módulo eletrônico da caixa. Simplesmente te deixa a pé. A importação de um novo demora, custa os tubos e sabem mais o quê? Um modulo zero bala tem que alterar o número do chassis.

A salvação hermana

Aí que entram os argentinos. Como eles não têm (não tinham) a Babilônia de impostos como nós, o preço das peças – inclusive as não eletrônicas – é dois terços menor.

Que país esse nosso! O que não é inviável é mais caro que na vizinhança. É não é de hoje. Desde a escalada da carga tributária iniciada por Fernando Henrique Cardoso, o céu não é o limite. E a contrapartida, ó…

Do nosso repórter provisório Gilberto Jasper (*)

Incrível o número de ciclistas ao longo da freeway. Mesmo com todo frio do sábado de manhã, uma legião de atletas (e outros nem tanto!) pedalando no acostamento da rodovia, devidamente fardados com roupas berrantes para chamar atenção dos motoristas. Muitos trocando pneus ao longo do trajeto.

(*) na outra em encarnação Gilberto Jasper foi cocheiro  de diligência.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

FacebookTwitter

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

« »