Pensamento do Dias
Quando terminar o isolamento, vou querer ficar amontoado como uva em cacho.
O que é pior, não saber o que há de novo ou saber que, a rigor, não há nenhuma novidade?
O que é pior, conversar com chatos ou conversar com nerds, sentindo-se mais deslocado do que cebola em salada de fruta?
O que é pior, ler nenhuma novidade ou não ler?
…é assistir programa de gastronomia com receitas de ótimos pratos enquanto come o mesmo sanduíche que vem comendo há quatro meses.
…é ver na TV como os americanos gostam de botar açúcar em molhos para assados e botar seis tipos diferentes de pimentas no mesmo hambúrguer.
…é a falta de lancherias e restaurantes matutinos em Porto Alegre que ofereçam um café da manhã de verdade, com ovos mexidos, com bacon ou salsichas e frutas frescas.
…é ir a um café colonial e descobrir que só oferecem comida industrializada.
…um Chef de renome preparou um pastel de pinhão com bergamota. Frito. Devia estar fumado. Ou era teste para entrar em algum grupo terrorista.
Por que o tomate europeu é quase docinho e o nosso é ácido?
Por que melancia não vem com alça?
Por que banana não é reta?
Por que em consultório médico só tem revista velha?
Por que acento circunflexo não se chama chapeuzinho?
Você vê atendentes de lancherias usando as mesmas luvas por horas a fio e acha que a casa é um primor de higiene.
Toda a instituição passa por três estágios – utilidade, privilégio, e abuso.
O advogado João Paulo Forster, do escritório Forster Advogados Associados, de Porto Alegre, afirma que, em um cenário de incertezas, não é possível exigir das escolas a retomada das atividades ou até mesmo que a prestação das aulas se dê integralmente de forma síncrona. “É importante que os conteúdos destinados a cada ano letivo sejam abordados, em regime de colaboração intensa dos pais e mães ou responsáveis, conforme a idade dos alunos. O ensino a distância não pode ser feito simplesmente ligando uma câmera. Ele possui peculiaridades, tanto do ponto de vista do docente quanto do aluno, que devem ser consideradas nessa entrega”, explica Forster.
Quando ainda era feio fumar maconha, metade dos anos 1970, um policial que havia se mudado para prédio na rua Santana, Porto Alegre, descobriu que no pequeno jardim junto à portaria crescia um vistoso pé de maconha, que já ultrapassava a altura da porta de entrada do prédio.
Naturalmente que ele chamou colegas para tentar descobrir quem era o reflorestador do prédio. Tarefa inútil, compreensivelmente.
Durante a azáfama de policiais e viaturas – eram tempos de tolerância zero – saíram do prédio dois sonolentos magrinhos, como eram chamados os que gostavam de erva que não fosse de chimarrão. Olharam incrédulos a planta já derrubada.
– Cara, esse barato todo bem na nossa cara e a gente não se ligou!