• A conspiração que não houve

    Publicado por: • 3 set • Publicado em: A Vida como ela foi

    Eleições municipais de 1986. Alceu de Deus Collares, do PDT, liderou as pesquisas para a Prefeitura de Porto Alegre do início ao fim. A vitória era tão certa que, mal as urnas tinham sido abertas, Collares convocou uma coletiva de imprensa com café da manhã no Hotel Everest já na condição de eleito.

    Na hora das perguntas, vi o vice Glênio Peres, um dos melhores vereadores que esta cidade já teve, descendo a escada por trás do ungido pelas urnas ainda por abrir. Como o Rio Grande do Sul tem um histórico de briga com vices, levantei a mão.

    – Doutor Collares, quais atribuições o senhor vai dar ao vice Glênio Peres?

    No PDT, todo mundo é doutor. Sem ver que Glênio estava atrás dele, Collares bateu de bate-pronto.

    – Bueno, como diz o doutor Leonel Brizola, tem que arrumar uma coisa para eles, senão ficam conspirando.

    Glênio petrificou. Collares não deu nada para seu vice, nem mesmo uma sala. Nem por isso Glênio ficou conspirando.

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  • Pela primeira vez…

    Publicado por: • 3 set • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    …em muitos dias o processo de impeachment do prefeito Marchezan Jr. não esteve nos holofotes. Sem bem li, apenas uma luzinha. Como ele ganhou liminar, fica em banho-maria até um juiz cassá-la. Ou não. Mas ele tem mais bala jurídica para disparar.

    Só não é bala de prata.

    TAMBÉM PELA…

    …primeira vez em semanas não saiu a expressão “crise politica” no governo Bolsonaro. Não se fazem mais crises duradouras. Enche o leitor. Usamos em demasia a palavra crise. Quando surge uma de verdade, não sabemos como defini- la.

    A GURIZADA…

    …não tem esse problema. Usam “tri” ou “super” com reforço de “assim meio que”.

    EM PORTO ALEGRE…

    …comércio e prefeitura meio que fizeram uma trégua, mas também meio que falta muito para fumar o cachimbo da paz.

    IMAGINE

    Imagine se fosse em anos passados a carga pesada de pesquisas que seriam feitas para saber se os porto-alegrenses aprovam ou não o impeachment de Marchezan. Acho que sim, mas nunca saberemos. E nem mesmo a proporção entre sim e não.

    COLATERAL

    Como nos medicamentos, não existe pesquisa sem efeito colateral. Se induzem ao voto e – de novo – em que proporção, nem os mais avançados modelos matemáticos poderiam aquilatar. Entrementes, chutamos.

    A NOVA ESPERANÇA

    Agora são alguns medicamentos corticoides que prometem ser matadores desse vírus da peste. Um dia, quem sabe, saberemos que a cura pode estar bem do nosso lado. Faz lembrar o caso um folclorista gaúcho me contou em 1973, na gravação de um comercial de TV.

    A EXTRAORDINÁRIA VOLTA AO MUNDO

    Seu filho sofria de uma lesão congênita no coração. A cirurgia era de altíssimo risco. Consultou trocentos especialistas e a resposta era a mesma, só o doutor tal em tal lugar. Não acertou um. Quase desistindo, um cardiologista disse que só quem poderia operar o guri era um médico japonês.

    Vendeu carro, casa, fez uma vaquinha, ganhou passagem da Varig e se foi a Tóquio. Marcou consulta, o doutor fez exames, analisou e balançou a cabeça.

    – Só quem sabe fazer essa cirurgia é um compatriota seu, doutor Euclides Zerbini, de São Paulo.

    Perplexo, o folclorista voltou ao Brasil, marcou consulta com Zerbini, que operou o guri.

    E o salvou.

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  • Prefiro reinar no inferno que servir no paraíso.

    • Escritor Guy de Maupassant •

  • O Brasil que funciona

    Publicado por: • 3 set • Publicado em: O Brasil que funciona

    *Hoje, às 20h, acontece live com o Dr  Fabiano de Andrade Moreira sobre o tema “Direito e Mudanças Climáticas em tempos de pandemia” no perfil do IARGS no Instagram @iargs.oficial.
    Live Fabiano de Andrade Correa

    *Em aula magna, o desembargador Voltaire reitera ampla produtividade do Judiciário em meio à pandemia. Cerca de 80% dos processos relacionados à Covid-19 que ingressaram em 2º Grau desde o começo da pandemia no RS foram julgados pelos magistrados. A informação é do presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Voltaire de Lima Moraes, durante aula magna proferida aos professores e alunos da Faculdade de Direito da Fadergs, na noite de segunda-feira. Para saber mais, acompanhe: o site do TJRS.

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  • A memória da dona Eva

    Publicado por: • 2 set • Publicado em: A Vida como ela foi

    Dona Eva foi para Alegrete consultar o médico, uma viagem de 50 Km em estrada de chão batido. De ônibus pinga-pinga. Antigamente, a empresa tinha o nome mais longo do mundo, “Rodando Para o Progresso Do Alegrete”. Assim mesmo, do e não de Alegrete. Coisas que a cidade grande não capta. Quando tudo dá certo, leva cinco horas. Passageiros levam de tudo, galinha viva e até móveis. Voltou, deu boa-noite e contou como foi a consulta:

    – Me esqueci de dizer pro médico que eu ando esquecida!

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